“Like-se” e ligue o foda-se!
Fotos paradisíacas, sorrisos de orelha a orelha, pôr do sol, luzes espetaculares, praias, passeios de barco. O fantástico mundo das redes sociais é desse jeito. Lindo! Mas o que ele causa no espectador pode não ser tão lindo assim.
Num mundo onde as pessoas crescem instruídas a competir umas com as outras ao invés de cooperar, ver a “vida perfeita” dos outros pode ser um golpe duro para muitos. A pressão de se ter um bom emprego, o carro do ano e a casa própria com vinte e poucos anos de idade, gera uma cobrança que desencadeia uma série de problemas: Transtornos diversos, depressão, ansiedade…
Já cansei de ver pessoas vestindo uma máscara para tirar a foto perfeita. Eu mesmo já fiz isso. Mas, para quê? Para mostrar aos outros algo que não somos? Para ganhar likes de pessoas que nem conhecemos direito? Você se conhecendo e sabendo a verdade sobre essa tal máscara que vestimos, daria o seu like? Se é o seu verdadeiro eu quem está respondendo isso, provavelmente não.
A necessidade de aprovação é como se fosse uma grande máquina que suga a nossa essência e deixa só a carência. Ela vai nos tornando vulneráveis. Deixamos de fazer o que realmente gostaríamos e fazemos aquilo que os outros gastariam que fizéssemos. É um paradoxo sem fim. É uma foto que não postamos porque estamos “desarrumados”, “gordos”, “estranhos”. E assim, vamos deixando de existir aos pouquinhos.
O que fazer? Ligar o foda-se!
Pode parecer uma atitude muito simplista, mas a verdade é que funciona. Ligar o foda-se, além de ser um antídoto contra essa comparação que teimamos em fazer com pessoas que vivem no mundo perfeito das redes sociais, alivia o estresse. É um caminhão que sai das nossas costas. Quer publicar cinquenta fotos no mesmo dia? Publica. Quer excluir suas redes sociais? Exclui. Quer ficar lá sem postar nada? Fica. Quer postar foto seminu(a)? Posta! Posta muito. Aliás, por que falar sobre sexo constrange as pessoas? Não deveria ser normal falar sobre algo que é fundamentalmente natural para todos? Enfim, isso é assunto para outro momento.
O que eu quero deixar claro aqui é: Primeiramente, se ame. Isso é fundamental, nós somos únicos e especiais. De verdade. As pessoas que não “curtirem” o seu novo modo de levar a vida não vão pagar os seus boletos, então, vai em frente. Se liberta. Sem desrespeitar o próximo, tá? “Like-se” e ligue o foda-se!
(Esse texto é de Júnior Santos, jornalista formado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB, especialista em Mídias Sociais, músico, compositor, escritor e criador do @menteporreta. Acredita em quase tudo que lhe contam e pretende seguir por esse caminho enquanto não encontrar outro. Ele não costuma procurar muito.)
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Luiza Moura.