Alberto Valença

AS CICLOVIAS DE SÃO PAULO (capital)

CICLOVIAS

Inicialmente gostaria de oferecer um conhecimento pouco difundido sobre ciclovias. Ouve-se muito falar em ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas… Será que estas palavras são sinônimas? Não, não são!

Ciclovias são vias separadas das faixas por onde circulam os carros, caminhões e motos. Esta separação pode ocorrer tanto por meio de grades ou canteiros, como também por meio de desnível entre uma e outra.

Já as ciclofaixas não possuem uma separação da pista dos veículos motorizados como automóveis e os demais citados. É o caso de apenas uma faixa que se destina às bicicletas, em geral ou algumas vezes, com esta finalidade apenas em feriados ou domingos.

Ciclorrotas são semelhantes às ciclofaixas, sendo que são incluídos entre os compartilhantes da via também os pedestres. Em São Paulo capital, existe 32,4km de ciclorrotas segundo dados do CET (Companhia de Engenharia de Trânsito) em 2020. Estas ciclorrotas são mais encontradas em vias de pouco movimento ou de movimento com limites de velocidades mais baixos.

As ciclovias de São Paulo (capital)

São Paulo possui a maior rede cicloviária da América do Sul1. Segundo dados do site Arch Daily2 a capital paulista possui 699,2 km de ciclovias e ciclofaixas. (dado publicado em 31 de julho de 2022). Atualmente, é provável que esta extensão, tenha mais de 800 km.

Críticas a alguns ciclistas

Considero isto uma grande conquista para os paulistas, mas tenho sérias críticas a fazer a alguns ciclistas. Assim como os ciclistas reclamam dos motoristas que não os respeitam, eles deveriam dar o exemplo para os pedestres, que certamente, entre eles, têm muitos motoristas, pois, não há em só se locomova utilizando algum veículo motorizado. Todos, entre um deslocamento e outro neste tipo de veículo, também se deslocam, ainda que em pequenas distâncias, andando com suas próprias pernas.

Exemplos de situações concretas

Pois bem, estou cansado de ver, e algumas vezes, até de ser molestado por ciclistas que desrespeitam o espaço do pedestre. Alguns destes, exclusivos deles, como é o caso das calçadas. As calçadas foram criadas e são mantidas pela única razão de serem um espaço exclusivo para pedestres. Nem mesmo a bicicleta tem direito a deslocar-se neste espaço. Mesmo que seja utilizando apenas um curto trajeto. E muito menos, direito de ao trafegar nas calçadas, desenvolverem grandes velocidades e de se moverem sem o respeito e o extremo cuidado com os pedestres que acaso nelas trafeguem. E o mais absurdo e inadmissível, é que, alguns, além de trafegarem irregularmente nas calçadas,  e em alta velocidade, e sem o mínimo respeito ou cuidado com os pedestres que a elas ocupam, ainda podem ser pessoas idosas, que têm pouca ou pouquíssima mobilidade e/ou agilidade.

 

Além disto, se eles têm um espaço destinado a eles, preferencialmente ou exclusivamente para eles, deveriam, pelo menos onde haja estes espaços, não utilizarem as calçadas na mesma via em que já existe a ciclovia, ou ciclofaixa, ou ciclorrota.

 

Quero ainda falar de mais duas situações. Assim como os veículos motorizados, os ciclistas deveriam ser obrigados a respeitar uma mínima regulação que fosse para os seus deslocamentos. E se estão em alguma via onde esta regulação já exista para os veículos motorizados, esta mesma regulação deveria ser obrigatória para eles. É inadmissível, por exemplo, numa via de mão única, bicicletas trafegarem na contramão. Ou, se o semáforo fecha para os veículos motorizados, esta proibição de prosseguir naquela via, deveria ser extensiva também aos ciclistas. É o caso por exemplo de uma avenida que possua uma ciclofaixa e um semáfaro para pedestres. O farol fica verde para os pedestres. Ou seja, significa para estes, que estão liberados para atravessar a via em segurança. Mas, vem um ciclista desrespeitoso e sem noção de cidadania, e atravessa o farol que está vermelho para os veículos motorizados, ainda que não haja semáforo para ele na ciclofaixa. Ele certamente vai atropelar algum pedestre que esteja atravessando a avenida, se for uma avenida como a av. Paulista, em São Paulo, por exemplo, onde centenas de pessoas atravessam a avenida em diversos pontos da mesma ao longo de todo o dia e em quase todos os horários. (da manhã ou da noite).

A outra situação que quero relatar para justificar estes meus argumentos, é o que sucedeu comigo, há alguns anos, em Recife. Eu, na época, estava com 65 anos. Há na cidade, uma rua chamada Rua do Sol, que tem um cruzamento com uma avenida chamada de avenida Guararapes. Estava na calçada num dia de semana por volta do meio-dia, aguardando a liberação para os pedestres atravessarem na rua do Sol. Dirigia-me à agência central dos Correios, que fica nesta esquina, no outro lado da calçada. Pois bem, ao ser liberado o deslocamento dos pedestres, iniciei a travessia e não me apercebi, que vinha em toda velocidade, um ciclista, na contramão da via, e atravessando o semáforo que estava vermelho para os veículos motorizados que trafegavam naquela via. Deveria estar também para ele, uma vez que ele trafegava na mesma via dos veículos motorizados, não havia ciclofaixa nesta rua, e ele não era um pedestre. Eu estava me movimentando distraidamente na faixa de pedestres e o ciclista que era bem gordo, em alta velocidade, pela contramão e ultrapassando 2 semáforos vermelhos para a via onde ele trafegava esbarrou em mim lançando-me ao chão e também caindo com sua bicicleta entortada pelo choque. Arranhado e sangrando em um dos braços e numa perna, levantei-me e olhei para ele. Não adiantava fazer nada. Não havia nenhum policial por perto, e mesmo que houvesse, ele não iria fazer nada. Era um crime de lesão corporal, mas de menor poder ofensivo. Além do mais, o ciclista era um pobre vendedor de bugingangas. Que indenização poderia ele me pagar? Saí de perto dele e fui ao hospital onde fui atendido só depois de quase 4 horas de espera. Este foi o saldo de um dia de más experiências.

 

FONTES:

 

1 – Programa televisivo “Tá na hora do café” exibido no canal 44 em São Paulo (capital) sobre o café e o ciclismo no dia 14/04/2024 às 15h 30.

2 – Arch Daily – Ranking de ciclovias e ciclofaixas nas capitais brasileiras | ArchDaily Brasil

3 – Link para Imagem destacada – https://pixabay.com/pt/photos/pessoas-ciclistas-corrida-ciclovia-8645982/

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Alberto Valença Lima

Meu nome é Alberto Valença Lima. Sou uma pessoa estudiosa e com muita sede de conhecimento. Sendo assim, atingi e conquistei a maior parte das coisas que tenho hoje desde os 40 ou 45 anos aproximadamente. Agora estou com 72, quase 73. Estou em um novo casamento há quatro anos, com Maria do Socorro Barreto de Lima, de quem já fui noivo há 50 anos, e que sempre foi o grande amor de minha vida. Tenho um casal de filhos já adultos e um casal de netos.

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