MOMENTOS, POR ALEXANDRE SENNA
(Esta crônica é uma contribuição do escritor Alexandre Senna para o Portal do Diário da Poesia)
Hoje, 15/12/2019, viajei na poltrona do Ônibus da linha Doze, Santa Luzia, Covanca, Circular. De repente, através da janela começo a perceber que a paisagem já não é mais a mesma de quando eu era moleque.
De fato, são tantas alterações, que por vezes tenho dúvidas! Será que estou realmente no ônibus certo? Acho que estou ficando velho mesmo. Bom, a paisagem pode ter mudado bastante, mas o itinerário, nem tanto. Com certeza, agora, vejo que estou no ônibus certo, indo em direção ao importantíssimo bairro Porto da Madama, onde tive o privilégio de passar parte da minha infância. Nossa! Quantos momentos especiais pude viver neste lugar!
Em minha memória, permanece a lembrança do casarão lá no alto do morro, o quintal era imenso, havia um monte de árvores frutíferas. Tinha até pé de cacau. Imaginem, um quintal assim, sinto falta até hoje. E ainda tínhamos a oportunidade de contemplar aquele pôr do sol maravilhoso. Realmente, era encantador. É verdade, infelizmente o tempo passou rápido.
A melhor lembrança é de quando minha mãe, sim, minha querida mãe, ela nos chamava para varrer o quintal no final da tarde. Foi o quintal mais bacana que varri na minha vida. A sinergia era boa, tão positiva e pura, tudo se transformava em brincadeira de família.
Hum, acho que passei do ponto! Ainda não, é o próximo. Olha a entrada da rua, até que não mudou muito. Fica no final daquela subida. Deixa eu puxar a cordinha. Ainda há muito mais para se ver, mas tenho que saltar.