Barco Liberdade à deriva
Escute querida, deve haver alguma saída. Antes de tudo isso construído pelo homem e que agora estão presos nos mesmos lugares. Eram marinheiros nossos primeiros pais. Vamos nos nossos barcos coloridos nos perguntando se vamos naufragar ou se vamos sobreviver. Seguindo com os tubarões, rompendo com as amarras que prendiam à praia. Entrego-me as aguas sem ressentimento. Nascia amizades em todos os cantos e entre os animais. Até os tubarões também eram amigos. Amor forte é como um barco, se não for é naufrágio. Criei esse mar bravio com um barco à vela, apenas com nós dois, por continuar te querendo tanto assim, criando um sol que vai nos dourando. Te digo para não parar.
Te ver com o pensamento de seguir em frente, me dá vontade de não parar também. Na companhia das gaivotas vivendo a cantar, entre o sol e o luar. É urgente destruir as palavras de ódio, solidão e crueldade. Criar a alegria cósmica, multiplicar os beijos, descobrindo as rosas e as manhãs. Ir mapeando as nuvens bem devagar. Navego o mundo em mim e assim vivo. Sou só amor com você, liberdade no a(mar). Tivemos nossas procelas e os ventos aquietaram-se, arrolos de saudade e de ternura. Sinto um acalanto, de êxtase e de encanto. Sereia que em seus cantos escondidos nos sonhos, uma onda mansa que geme. Chamando-os de silêncios que rabiscastes. Sereias são divindades funerárias que preveem o futuro mas aprendi que futuro mesmo é o que eu invento.
O mar é meu único mestre. Que leva as poesias que escrevi na areia.
É um triste cemitério como diz o poeta Augusto. Levo as flores nas pedras como lápides…
Desassossegos dentro de nós. Caído do céu em eterno movimento.
Mergulho na mulher um vasto mundo em seus olhos-mar.
Em Salvador, Rio Vermelho
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Quero o instante
Sentir o ardor do sol
Discretamente silenciando
Cometer erros, relaxar, ser um tolo
Caminho iluminado
Saborear o fruto as escondidas
Luz aquecendo, sangue borbulhando
Vejo o gênio da raça
Dizendo: “não desista!”
De ser quem é. Persista
Insista na invenção verbal
Orfeu inquieto
Caminhada extensa pra te tocar
Declamando os poemas
Fingindo dor
Suspiro por ti
A fumaça do amor, chama
Passatempo
Vejo você passar
Lembrança do seu beijo
Consegue notar o que sinto?
Calmo e tranquilo
Tu mar bravio
Vou com meu barco
Calado… Falo outra língua.. Saindo sem olhar pra trás.. Quero vida nova… Lembrar a alegria do sol ou da chuva… Do amor nas pequenas coisas… Jardins de flores … Sentindo aromas inquietantes… Atiçando lugares jamais tocados…
(Esse texto é de Wagner Pyter, que escreve na internet em bate-papos desde os 17 anos. Sempre gostou mais de conversar e escrever junto com alguém do que publicar livros, criando uma escrita interativa. Gostava de ler quando jovem Machado de Assis e Castro Alves. Admirador de Ana Cristina Cesar por quem é apaixonado. Damario da Cruz é sua maior referência de como a poesia pode gerar algo, que construiu a casa do Pouso da Palavra na cidade de Cachoeira. Entrou na Ufba em 2012 e cursou Bacharelado Interdisciplinar em artes e tecnologia no Ihac.)
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Luiza Moura.