Professora da Educação Infantil transforma literatura em girassóis
Professora da Educação Infantil transforma literatura em girassóis
Há coisas na vida que nos caem na alma como se fossem poesia. Exatamente, acontecimento simples, porém singelo como alguns pequenos versos encantados. Sobre o que estamos falando? Eis a explicação:
O caso se deu no dia 20 de junho, quando a professora Cristine Caldas realizou, junto aos alunos da Umei Pastor Saulo Luiz (no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo, RJ), um trabalho sobre reciclagem e letramento com a turma do Pré II, da Educação Infantil.
A atividade foi iniciada com a apresentação do livro: ” Cambada I “, do escritor Erick Bernardes, quando foi tematizada uma crônica sob o titulo “Onde estão os girassóis do meu Jardim Catarina?”, por se tratar de uma narrativa contextualizada no espaço onde os alunos moram e estudam; aproveitando-se o ensejo de a Umei estar situada no bairro sobre o qual a crônica tematiza.
Depois da leitura do texto, a professora Cristine propôs uma atividade em que os discentes iriam plantar girassóis em potinhos de extrato de tomate reaproveitados. Após o período de germinação, os alunos passaram a acompanhar o crescimento das plantinhas ansiosos por presenciarem o processo. Tempos depois, para surpresa de todos, os girassóis desabrocharam. Uma lindeza, semearam carinho e receberam a beleza das cores.
De acordo com a professora Cristine Caldas, responsável pelo projeto: “Mesmo sendo inverno, talvez por conta do veranico que perpassamos em Agosto, nasceram os girassóis, flores tímidas, porém alegram hoje os dias dos alunos que os plantaram e concomitantemente descobriram um pouco mais sobre a riqueza da língua portuguesa e literatura local”.
Vale ressaltar que a ação da docente responsável e dos alunos da Umei Pastor Saulo Luiz conjugou a prática de campo, estudo de linguagens, ciências e história local, tudo isso atrelada à sensibilidade e incentivo de se cuidar do espaço circundante.
Abaixo um pequeno trecho da crônica “Onde estão os girassóis do meu Jardim Catarina?”:
“O terreno que comprei é grande, semeei girassóis pelo mato, só pra deixar mais colorido meu pedacinho do Catarina Velho (…). Um dia (quem sabe?), construo casinha por lá. Fiz amigos na comunidade, gente maneira, nunca esqueço da galerinha bacana” (BERNARDES, 2019, p. 111).
Enfim, sem sombra de dúvidas, são atitudes assim que desconstroem os “rótulos” e fomentam a noção de pertencimento e sensibilidade criativa. Parabéns aos envolvidos no projeto.
Referência: BERNARDES, Erick. Cambada I: crônicas de papa-goiabas. São Gonçalo, Rio de Janeiro: Editora Apologia Brasil, 2019.