Erick BernardesHISTÓRIAS DE ARARIBOIANotícias

Vila Progresso e a imigração inglesa em Niterói

Série: Histórias de Arariboia

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O que mais chama a atenção em Niterói é mesmo o fato das inúmeras referências portuguesas identificarem ruas e bairros da cidade. Exato, tradição lusitana muitíssimo arraigada na cultura do lado de cá da Guanabara. Mas se engana quem acha que somente tradição lusitana existe nas terras de Arariboia. Pois é, há também identidade britânica por essas paragens. Repito: habitantes britânicos lançando raízes em espaço fluminense. Exatamente, por isso, falamos da imigração inglesa no bairro Jardim Progresso.

Sabe-se que, em meados do século XIX, uma fazenda adquirida por imigrantes ingleses cresceu em importância para os lados da Serra Grande, região que chega aos 300 metros de altitude na geografia niteroiense. Olho grande se fez nas jazidas de quartzo e feldspato. Contudo, não destruíram, respeitaram, sem excessos. Além disso, não faltou produção agrícola com fins de abastecimento aos logradouros vizinhos. Moradores de Cantagalo, Badu, Jacaré, Matapacas, dentre outros, esses travavam amizades. Havia troca, proprietários rurais cooperavam entre si. Mas veio a modernidade – e o rótulo de progresso fez questão de deixar o seu registro. Exatamente, curiosidade de tabelião desvelada, depois de vendida, lotearam a fazenda para quem oferecesse mais dinheiro pelo pedaço de chão.

Os sócios muito malandros e responsáveis pela construtora nomearam a recém-criada vila de Progresso, quer dizer, Vila Progresso, veja aí! O espaço se transformou em um daqueles condomínios rurais agradáveis. Sítios e chácaras bem cuidadas, bonitos espaços, ecológicos. Qualidade de vida. O poder aquisitivo de quem vive ali está para além do nível da população geral. Até o trânsito de automóveis se mostra modesto pelas redondezas. Típico de quem sabe viver bem, isso sim.

Moral da história: nem sempre o progresso em estilo britânico se revela nas construções industriais. Urbanismo estético londrino? Nada disso. O que os ingleses instituíram por aqui, o morador niteroiense mantém. Se antes tropeiros e bandeirantes davam as caras pela Estrada Caetano Monteiro, hoje ao menos a vegetação aparece conservada. Melhor assim, um bom legado para a cidade. Vila Progresso, história de nossa imigração.

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Referência: https://www.culturaniteroi.com.br/blog/?id=337&equ=ddpfan

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Erick Bernardes

A mesmice e a previsibilidade cotidiana estão na contramão do prazer de viver. Acredito que a rotina do homem moderno é a causadora do tédio. Por isso, sugiro que façamos algo novo sempre que pudermos: é bom surpreendermos alguém ou até presentearmos a nós mesmos com a atitude inesperada da leitura descompromissada. Importa (ao meu ver) sentirmos o gosto de “ser”; pormos uma pitadinha de sabor literário no tempero da nossa existência. Que tal uma poesia, um conto ou um romance? É esse o meu propósito, o saber por meio do sabor de que a literatura é capaz proporcionar. Como professor, escritor e palestrante tenho me dedicado a divulgar a cultura e a arte. Sou Mestre em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ e componho para a Revista Entre Poetas e Poesias — e cujo objetivo é disseminar a arte pelo Brasil. Escrevo para o Jornal Daki: a notícia que interessa, sob a proposta de resgatar a memória da cidade sob a forma de crônicas literárias recheadas de aspectos poéticos. Além disso, tenho me dedicado com afinco a palestrar nas escolas e eventos culturais sobre o meu livro Panapaná: contos sombrios e o livro Cambada: crônicas de papa-goiabas, cujos textos buscam recontar o passado recente de forma quase fabular, valendo-me da ótica do entretenimento ficcional. Mergulhe no universo da leitura, leia as muitas histórias curiosas e divertidas escritas especialmente para você. Para quem queira entrar em contato comigo: ergalharti@hotmail.com e site: https://escritorerick.weebly.com/ ou meu celular\whatsapp: 98571-9114.

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Um Comentário

  1. Erick, eu me delicio com seus contos desbravadores e recheados de histórias magnificas. Que bom poder entender e conhecer as particularidades dos cantos que nos cercam.

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