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Entrevista: Conheça a ficcionista, poeta e ensaísta carioca Carina Lessa, autora dos livros Aborto e Dama de Paus

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Hoje, a entrevista é com a ficcionista, poeta e ensaísta carioca Carina Lessa (Profª Drª em Letras Vernáculas), autora dos livros Aborto e Dama de Paus

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Meu nome é Carina Lessa. Sou ficcionista, poeta e ensaísta. Tenho Doutorado e Mestrado em Letras Vernáculas pela UFRJ e também graduação em Letras na mesma Instituição. Fiz pós-doutorado em Linguagem, cultura e discurso na UninCor e estou cursando Relações Internacionais na Unesa, onde atuo como professora nos cursos de Letras, Pedagogia e Direito. Sou professora de pós-graduação em Docência para Educação Profissional e Tecnológica do IFAM. Atuo como colunista na Revista Entre Poetas e Poesias, na Revista Suplemento Araçá e como Membro da Associação de Linguística Aplicada do Brasil.

Você é professora doutora em literatura. Como a literatura surgiu na sua vida?

Bom… Quando eu tinha 2 anos, já pedia para ir à escola. Eu queria muito ler e escrever!!! Minha casa não tinha livros, vim de família muito pobre… A partir dos três anos, quando finalmente minha mãe me permitiu frequentar a escola, eu devorava os fragmentos da cartilha, depois, dos livros didáticos. Um dia, minha alfabetizadora, Aracelis, me disse que eu seria escritora. Eu nunca mais esqueci. O primeiro texto que me marcou no livro de Língua Portuguesa foi uma crônica do Veríssimo, em que ele falava do Garrincha: o gênio de pernas tortas. Eu sou canhota e levei umas boas lambadas por isso… me identifiquei! Aquele texto me comoveu de uma forma muito intensa! Eu tinha uns seis anos…

Por que buscou se aprofundar nos estudos literários? Qual a sua linha de pesquisa?

Por amor à arte e à leitura. Eu havia feito um longo trajeto, desde pequena, pelo teatro e pela dança. Fiquei na dúvida quando do vestibular aos 16 anos e me inscrevi em Letras e Interpretação. Fui reprovada na aula de canto em habilidades específicas… rs… Abracei as letras e, de alguma maneira, hoje, todas as habilidades desenvolvidas tentam cantar em uníssono.

Qual foi seu primeiro contato com um livro? Qual foi o livro?

Crianças na escuridão, de Júlio Emilio Braz. Eu já estava um pouco velha para quem nascera com grande paixão pela leitura, mas, como era um paradidático, meus pais precisaram juntar dinheiro para comprar. O interessante é que eu via gibis e livros quando passava pelo jornaleiro e lembro muito bem de desejá-los, mas não tinha coragem de pedir, eu sabia da nossa realidade… A coincidência foi ótima e triste, porque aquelas crianças me conheciam. Trata-se de uma narrativa sobre a pobreza, sobre o abuso sexual, dentre outras mazelas…

Tem alguma história, que a literatura te proporcionou, que marcou a sua vida? Qual?

Muitas! Todas possíveis e imagináveis. Eu vivo a Literatura! Não há como especificar uma única narrativa, mas digo-lhe: desde os meus 17 anos, minha vida familiar é indissociável desse mundo. É o meu patrimônio e o meu matrimônio (i)materiais.

Quem são suas influências? Por quê?

Vou falar de alguns mortos (materialmente falando), tenho medo dos vivos rs… Machado de Assis, Guimarães Rosa, Álvares de Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Cecília Meireles são importantíssimos! De fora, Dostoiévski, Tolstoi, Virginia Woolf… a lista seria infindável! rs…

Você tem livros publicados. Conte-nos um pouco sobre.

Tenho dois ensaios, um romance, um de poemas e alguns em grupo. Os dois ensaios são A esquizofrenia do escritor: uma poética da obra de Godofredo de Oliveira Neto e Graciliano Ramos: o desarranjo interior e a estética da memória. O romance se chama Aborto, já o livro de poemas: Dama de Paus. Acho sempre muito difícil falar do que escrevo, tudo e nada estão ali e não sei o que dizer…

Como você busca mostrar para seus alunos a importância da literatura?

Ainda penso que há um lugar específico para a Literatura, com técnicas e práticas de escrita que vieram desde os gregos… Para conduzi-los pelo prazer da Literatura, antes, faço a mediação partindo dos estudos discursivos e culturais contemporâneos, tal qual os teóricos da psicologia da educação nos ensinaram… acho ótima também a prática de Sócrates, que os leva a produzirem as próprias perguntas. Depois, fico mais confortável para pensar técnicas e, quem sabe, fazê-los desfrutar do êxtase artístico? É um trabalho árduo, porque sabemos da situação educacional do nosso país.

Num país onde o estímulo à leitura é mínimo, qual seria a função da educação nesse despertar?

Toda função possível! É um debate extenso. Estou certa de que todos os educadores, e de forma interdisciplinar, seriam capazes de salvar o mundo. A relação político-partidária e o ser humano é que emperram.

Contatos e planos para o futuro.

Finalizar o curso de Relações Internacionais, ser funcionária pública e lançar o novo romance em, no máximo, quatro anos.

E-mail: lessa.carina@gmail.com
Facebook: Carina Lessa

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Redação

A Revista "Entre Poetas & Poesias" surgiu para divulgar a arte e a cultura em São Gonçalo e Região. Um projeto criado e coordenado pelo professor Renato Cardoso, que junto a 26 colunistas, irá proporcionar um espaço agradável de pura arte. Contatos WhatsApp: (21) 994736353 Facebook: facebook.com/revistaentrepoetasepoesias Email: revistaentrepoetasepoesias@gmail.com.br

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