Alinhavava dia e noite, semanas, meses, décadas, séculos… No princípio, a força dos tendões, furava a tudo com estacas de madeira. Rusticidade. Escavava. A força cobre o esforço. Forjava e avançava fria. Seguia a ferro e fogo!
Nos altares, os sacrifícios diários aplacavam a ira dos deuses. Danças, oferendas, libações. Eis a magia. A ligação entre o sagrado e o profano registrada nas pedras.
Em templos, as orações eram erguidas e subiam com a fumaça dos incensos. Os sinos tocavam e os cortejos seguiam. Choro e gritos verdadeiros, prantos e lamentos em simulacro de dores.
Por tanto sofrer, aprende-se a representar perdas e ganhos e a legitimar poderes. A submissão acalma a fúria. Aumentam-se as gentes.
A brigar por qualquer motivo, em fúria os corações empedernidos e corroídos. Novas conquistas, novos mundos que giram.
A roda movimenta-se infinita de almas apegadas nas passadas repetitivas à exaustão sem progresso. Na roda giram ponteiros incansáveis no encurtamento de existências. E avançam.
Impiedosos são os momentos a fim de montar o grande mosaico em expansão. Os cacos juntos desenham o painel imenso e belo quando visto de longe. De perto, as marcas indeléveis da história.
De quem é capaz de nos manter em movimento ou nos fazer dormir para sempre vem a motivação para estar aqui e aí e lá onde quer que se vá.