Giovanna Bayona

É preciso aceitar para seguir.

Passei por um período complicado nos últimos meses, tanto na minha saúde física como na mental também, senti um vazio e ao mesmo tempo um enorme cansaço, precisei tirar esse tempo para achar meu caminho de volta, para minha vida, minha escrita e o mais importante o caminho de volta para mim mesma.

Pela primeira vez na minha vida não consegui descrever em palavras o que eu estava sentido, não conseguia escrever nenhum texto, até mesmo meu diário ficou abandonado na gaveta, é como se minha cabeça não conseguisse organizar minhas ideias para desenvolver um texto, ou qualquer outra coisa. Isso me deixou muito abalada, envergonhada e o pouco de confiança que tinha em mim se foi, não conseguia entender como não conseguia fazer algo que fazia parte de quem eu sou.

Foi uma longa estrada até esse dia, onde resolvi dividir isso de uma forma leve, porque sinto que quando eu falo sobre é como se toda essa situação desconfortável perdesse um pouco de seu poder. Muitos de vocês podem achar que foi apenas um bloqueio criativo, mas foi muito além para mim, principalmente porque eu não estava conseguindo aliviar minha mente nem com o que eu mais amo fazer que é escrever.

Nesses dias eu chorei, chorei quieta, chorei com a minha alma, buscando limpar tudo dentro de mim, só pensava como aquela garota que queria ser mais leve se perdeu, mas depois enxerguei que eu nunca estive perdida, não tem como se perder estando no ponto de partida. Sim, estou no começo de tudo, e talvez isso seja o mais assustador, é ver que comparado ao resto estou atrasada, estou confusa e nisso me protejo, me escondo, porque se entregar a uma realidade que não foi a que você planejou além de difícil é preciso muita coragem. Eu nunca tinha aceitado de verdade quem eu sou, minhas particularidades, os resultados do que vivi, porque era muito dolorido, dentro de mim era aceitar a confirmação de que sou fraca ou frágil.

Descobri que pra encarar a realidade, pra viver a vida que tanto quero, a vida mais leve, preciso aceitar o meu verdadeiro eu, preciso aceitar os resultados de tudo que já vivi, não com revolta mas com gratidão de hoje poder fazer diferente, preciso seguir em frente, dar o primeiro passo do ponto de partida. Entender isso com toda a certeza é mais fácil do que fazer, a diferença é que agora não vou ficar esperando o momento ou hora certa pra fazer minhas escolhas, porque não existe o momento certo, esperar isso é ficar presa num eterno medo. Estou bem cansada de sentir medo.

Agora não vou ficar esperando ter ideias de temas bons para meus textos, aliás isso é relativo, mas a pressão que botei em cima disso, a pressão de que eles tinham que ser otimistas, alegres, ou com boas reflexões fizeram eu esquecer o real motivo do porque comecei a escrever. Agora só vou escrever, sendo sincera comigo, com os meus leitores, nem sempre vai ser perfeito mas é assim que vou conseguir me evoluir e principalmente não me pressionar mais.

Agora não vou mais me preocupar tanto com possibilidades, só vou pensar no hoje, o que posso fazer agora, chega de projetar futuros incertos, ser leve é relevar e entender que a vida segue e temos que aceitar suas surpresas e incertezas. Aceitar não é se acomodar, aceitar é tirar o peso para ai você conseguir fazer algo a respeito.

Bom gente, foi isso, sei que não é meu melhor texto, mas é um dos mais sinceros, marca mais um recomeço, marca mais uma mudança, e é mais um lembrete que tudo bem a gente precisar se encontrar de novo, tudo bem repensar nossa vida.  Desculpas pelo meu desabafo, obrigada a todos que me apoiaram nesses dias, principalmente minha família que nunca me deixam cair de vez, dito isso, afirmo que a Giovanna das crônicas está de volta, mais sincera e imperfeita que nunca, trazendo suas experiências sempre esperando as trocas maravilhosas que podemos ter, porque afinal compartilhar a vida é mágico mas nem sempre é só alegrias né.

E como diz minha mãe direto para mim “vida que segue”, até nosso próximo encontro meus amigos, e que possamos aceitar mais para sermos mais leves.

 

Meu Instagram: @giovanna.bayona

Fontes:

Imagem destacada e imagem interna: Foto de cottonbro: https://www.pexels.com/pt-br/foto/diario-cotidiano-maos-segurando-6890200/

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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