Na farmácia
O indivíduo entrou na farmácia. Estava bem vestido e aparentava ter no máximo 40 anos. Tão logo o farmacêutico se aproximou do balcão, foi imediatamente solicitando:
‒ Eu quero um remédio para dar superpoderes.
‒ Como assim, senhor? ‒ perguntou o farmacêutico, tentando entender a solicitação do homem.
‒ É que eu estou desempregado e com sérios problemas financeiros em casa. Minha mulher já não aguenta mais me ver pedindo dinheiro a ela. Sem contar meus filhos, que vivem me pedindo coisas o tempo todo. Como não consigo emprego, queria muito ter superpoderes para dar um basta em tudo isso.
O farmacêutico, baratinado com a situação, orientou o homem a ir ao médico para buscar um auxílio. Não havia remédio que pudesse indicar a ele.
‒ Médico? Pra que médico?
‒ Talvez o senhor não esteja sabendo lidar som seus problemas. O senhor tem depressão? Um médico poderia orientá-lo melhor.
‒ Meu querido, acho que você não entendeu o que eu disse. Vou repetir: eu quero um remédio para dar superpoderes. É isso que eu quero. Se não tiver aqui, vou procurar em outra farmácia então, ora bolas – disse bastante irritado o indivíduo.
‒ Senhor, desculpe-me, mas nós não temos isso.
‒ Mas vocês me disseram que tinha… Não deve ter nem uma semana que estive aqui…
Tentando agora fazer o jogo do cliente, o farmacêutico falou:
‒ Bom… então… vou verificar no estoque para ver se ainda tem. Só um momento, por gentileza.
Minutos depois, o farmacêutico retornou e confirmou que não havia nenhum remédio para dar superpoderes. Inconformado, o homem foi embora. Logo que pôs os pés na calçada, uma forte e inesperada ventania adentrou no estabelecimento e derrubou tudo o que havia nas prateleiras.