Desabafos & DiscussõesLuiza Moura

Somos o que somos!

A vida do outro muitas vezes nos seduz a ponto de acreditarmos ser ela bem melhor que as nossas próprias vidas. Schopenhauer, gênio o qual muito estimo, disse um dia:

“Desperdiçamos três quartos de nossas vidas tentando ser como as outras pessoas”.

Tão certo quanto ele também está o célebre escritor, psiquiatra e motivador pessoal Augusto Cury, que afirmou: “Quem discrimina os outros os diminui, quem supervaloriza os outros diminui a si mesmo”.

Meus queridos, considerando a condição em que muitas vezes pomo-nos como clones e sombras, encontro-me no dever de revelar que ambos não são felizes, pois não possuem espíritos e nem tampouco alma. Neste estado também se encontram os computadores e outros objetos possuidores da mais alta tecnologia. Mesmo tendo um “cérebro – sistema” moldado para raciocinar de forma assustadora, essas máquinas também não possuem a dádiva de sentir. São meramente corpos isentos de uma intervenção espiritual.

Perder a nossa identidade para absorver a de outrem não é uma salutar decisão quando se tem a felicidade como objeto de consumo, como prêmio. A verdade é que quanto mais tentamos nos moldar a imagem do próximo, mais forte apresentamos a nossa fraqueza.

Querer ser tal qual o próximo, trata-se de uma das vertentes da inveja.

A “inveja de imitação”, de acordo com Gisele Parreira, pertencente a Associação Mineira de Psicanálise, esse tipo de inveja pode constituir na aflição dolorosa decorrente de uma admiração que faz o indivíduo se conscientizar das suas deficiências. Ela pode levar à imitação ou levar à aceitação das próprias limitações e não a uma tendência destrutiva. Mesmo assim, devemos ter muita cautela, pois essa mesma inveja pode estar em processo de mutação para o grau destrutivo, o qual almeja ceifar toda a pureza, a leveza, a vitalidade e os bens materiais da pessoa – espelho.

Não existe conquista sem sacrifício, assim como nós não existimos sem o nosso “eu-ego” que tanto nos envergonha em tê-lo, por raso ou nenhum conhecimento do seu verdadeiro conceito. O ego é o resultado da nossa identidade. Quando a nossa real face é apresentada, potencializamos de forma voraz as nossas qualidades, e como é dito no campo do marketing: apenas se destacam aqueles que são ímpares.

 Devemos confiar mais em nossos atributos.

Grafou o poeta Fernando Pessoa: “quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade”. É preciso coragem, está na hora de nos libertar das vestes da covardia. “Enfrentar preconceitos é o preço que se paga por ser diferente”. Afirmou Luiz Gasparetto. Devemos agradecer por sermos pequenos e poderosos fragmentos do universo, animados por uma mente suprema que evita cear com a fraqueza do homem. Devemos navegar sobre boas ondas, pois como nos disse Colin Turner: “A mente humana atrai constantemente vibrações que se harmonizam com seus pensamentos dominantes. Portanto, quando você acreditar, verá a realidade”.

Mas quem sou eu para vir aqui ousadamente creditar na nossa necessidade de fixação à real identidade?

Perdoem-me a audácia, mas comungar dos pensamentos edificadores da nossa imagem é mais que preciso. Ainda citando Turner, ele afirma: “No final a escolha é sua, porque ninguém mais está qualificado para tomar as suas decisões (…)”

Muitas vezes, o nosso querer é traiçoeiro, cuidado! Pois aquela pessoa que seus olhos tanto cobiçaram usar como espelho, pode ser somente um corpo vazio e artificial, como muitos famosos da TV e do Cinema que vivem à margem dos seus personagens.

Qualificados ou não, devemos compreender que uma dose medida de influência pode também nos potencializar, e uma dose excessiva pode nos levar à ruína. Não devemos nos esquecer do que somos, pois, o ato de recordar, que nos qualifica e direciona como agentes da nossa própria transformação. Devemos evoluir ou regressar ao estado bruto?

E agora eu lhe pergunto, somos o que somos ou somos o que queremos ser?

 (Esse texto é de Carlos Conrado, Pai, Esposo, Escritor, Jornalista, Artista Plástico e Supremo Chanceler da SOFIA – Sociedade Filosófica Ateniense)

Participe também dessa coluna! Envie o seu texto (de desabafo ou reflexão) para o email lmsn_91@hotmail.com ou entre em contato pelo instagram @luiza.moura.ef. A sua voz precisa ser ouvida! Juntos temos mais força! Um grande abraço e sintam-se desde já acolhidos!

Luiza Moura.

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Luiza Moura

Luiza Moura de Souza Azevedo é de Feira de Santana. Enfermeira. Psicanalista e Hipnoterapeuta. Perita Judicial. Mestre em Psicologia e Intervenções em Saúde. Doutora Honoris Causa em Educação. PhD em Saúde Mental - Honoris Causa - IIBMRT - UDSLA (USA); Doutora Honoris Causa em Literatura pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Possui MBA em gestão de Pessoas e Liderança. Sexóloga; Especialista em Terapia de Casal: Abordagem Psicanalítica. Especialista em Saúde Pública. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Especialista em Perícias Forenses. Especialista em Enfermagem Forense. Compositora e Produtora Fonográfica. Com cursos de Francês e Inglês avançados e Espanhol intermediário. Imortal da Academia de Letras do Brasil/Suíça. Acadêmica do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires. Membro da Luminescence- Academia Francesa de Artes, letras e Cultura. Membro da Literarte- Associação Internacional de Escritores e Artistas. Publicou os livros: “A pequena Flor-de-Lis, o Beija-flor e o imenso amarElo” e "A Arte de Amar. Instagram: @luiza.moura.ef

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