Giovanna Bayona

Ansiedade.

Tenho me sentindo muito ansiosa nos últimos dias, e descobri que dar nome para nossas ansiedades é uma tarefa muito difícil e também muito chata.

Difícil, primeiramente porque remexer as coisas dentro de você em busca de uma razão para a inquietação é doloroso, nem sempre estamos afim de sentir sentimentos ou situações que nos incomodaram, ou despertaram nossa curiosidade para algo, porque sim, também procrastinamos sentimentos.

Chato, porque admitir certas coisas pra si mesmo é frustrante, ver a situação que te incomoda de forma clara, e ver que a solução só depende de você é muito chato, pois se depende somente de mim por que está tudo tão difícil? Eis a questão de milhões.

É muito mais fácil quando estamos ansiosos por algo que não podemos controlar, porque apesar de incômodo, a gente se controla com o fato de que nada podemos fazer.

Recentemente tive minha primeira apresentação num sarau de poesia ao vivo e presencial, fiquei muito nervosa, ansiosa, com um medo imenso de gaguejar na leitura. Minhas mãos suaram durante todo o evento inclusive até mesmo depois de minha apresentação, mas por incrível que pareça achei até que me controlei melhor, pois sim já cheguei a passar muito mal fisicamente com crise de ansiedade. Então nessa noite fiquei repetindo para mim mesma que eu iria fazer o meu melhor e que a única forma do mal estar passar era fazendo o que tinha me proposto a fazer.

Quando tudo terminou, a noite antes de dormir me senti orgulhosa de mim, que sentimento bom esse né? De sentir orgulho da gente sem precisar da aprovação de alguém, mas enfim… Senti orgulho porque consegui transformar minha ansiedade em combustível, fazer isso só foi possível porque consegui nomear minha ansiedade naquele momento, consegui entender o que minha mente e corpo estavam dizendo, e reverti a situação, sei que numa próxima vez fisicamente irei me sentir um pouco melhor, sem suar tanto as mãos por exemplo.

Não temos como eliminar a ansiedade de nossas vidas, eu até tento as vezes, por exemplo no dia do sarau demorei até 3 horas antes do evento para decidir se eu iria de fato, mas não posso fazer isso sempre, tem decisões e situações que não pode ser tomadas de última hora. Ansiedade é um eterno agridoce, um remédio que pode ser veneno e vice versa, pois se conseguimos entender e dar nome a elas se tornam menores e dão combustível para fazer o que tem que ser feito, se não conseguirmos ela nos domina, nos priva, nos adoece.

Com toda a certeza lidar com isso tem sido o maior desafio da minha vida, muitas vezes mais perco do que ganho, por exemplo, cada vez que não consigo externar essa ansiedade escrevendo (forma que me sinto confortável) ela ganha, quando consigo nomear e entender eu ganho pois ela perde o grande significado na minha mente.

Naquele dia do Sarau eu venci, e foi muito bom em compartilhar isso com minha mãe e minha psicóloga, resolvi também compartilhar com vocês, pois cada pequena coisinha que faço, mesmo estando ansiosa ou nos dias que fico dessa forma e consigo suportar, consigo “colocar pra fora” e é uma grande vitória pra mim. É um lembrete de que nada é maior quando a gente confia em si mesmo, é uma prova de que sei fazer isso, sei fazer funcionar tudo quando eu quero, quando me determino.

Sei que sempre será uma batalha eterna, porque se você é uma pessoa muito ansiosa, que precisa de um acompanhamento assim como eu, temos sempre que estar vigilantes com tudo que possa nos atingir seja positivo ou negativo. Mas hoje posso dizer que consigo enxergar um horizonte onde ela não me domine mais, e parece ser bem legal por lá.

Meu Instagram: @giovanna.bayona

 

Fontes:

Imagem destacada e imagem interna –  Imagem de dadaworks por Pixabay.

Imagem de <a href=”https://pixabay.com/pt/users/dadaworks-8736034/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=4017807″>dadaworks</a> por <a href=”https://pixabay.com/pt//?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=4017807″>Pixabay</a>

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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