Josilene Pessoa

Diário de um espectro chamado mãe – “Eu só queria estar aqui, o tempo todo”

“… E eu só queria estar aqui, o tempo todo, para proteger ele…”

Foi assim que uma mãe atípica deu seu depoimento emocionada.

Era aniversário de 17 anos do filho e ela o levou numa loja com inúmeras possibilidades de presentes. Ele, em toda sua simplicidade, escolheu uma toalha de banho. No seu último aniversário ele pegou um carrinho de brinquedo daqueles bem simples e baratos e uma caneca de tubarão.

O que isso significa? Para muitos, nada. Mas para essa mãe e para os que tem um pouco de sensibilidade, é a confirmação de que, por mais se desenvolvam em suas habilidades, essas crianças não perdem essa pureza.

Por vezes tentamos presentear crianças atípicas e não é fácil se pensarmos pela perspectiva consumista em que as crianças nunca estão satisfeitas com nada e no caso dos autistas pode ser também que eles não demonstrem reação nenhuma com o presente. Mas em algum momento descobrimos que agradá-los está nas coisas mais simples da vida.

A mãe se pergunta que explicação teria isso senão a de nos ensinar a valorizar as coisas simples da vida. O desapego e a gratidão por tudo.

E sabendo e sentindo toda essa pureza e simplicidade de seu filho, esse foi o desejo que essa mãe manifestou naquele momento: O desejo de poder estar ‘aqui’, sempre, para protegê-lo de toda maldade do mundo.

Se tem um medo que nos ronda nessa vida é justamente esse, o de partir e não saber se as outras pessoas saberão lidar com nossos filhos.

Vida longa às mães atípicas!

Josileine Pessoa F Gonçalves

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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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2 Comentários

  1. As mães deveriam ser proibidas de falecer. Texto muito terno e agradável, bem com jeito de mãe carinhosa. Gostei.

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