Diário de um espectro chamado mãeJosilene Pessoa

Diário de um espectro chamado mãe – Texto: A louca do cinema

A louca do cinema

E lá vamos nós para mais um causo atípico deste Diário que não para…

Era um dia de encontro da mãe atípica, professora, com suas alunas. Marcaram de ir ao cinema.

O pequeno em casa com a avó, e o mais velho foi junto. Chegando ao shopping a mãe deixa seu filho numa casa de brinquedos que já havia colocado ele antes e as meninas de lá já estavam acostumadas com seu filho.

O filme demorou um pouco e mãe saiu para ir ao banheiro. Antes de voltar para sala de cinema, ela resolve ir lá na casa de brinquedos só para ver se estava tudo bem.
Ela então resolve tirar ele e voltar ao filme já que estava no final. Ela achou que de repente não iria dar problema.

Porém, na cena final do filme, naquela hora em que o cinema fica em silêncio, a trilha musical do filme para, e os protagonistas vão ter a conversa final, o menino resolve achar graça sabe lá Deus do que, começa a rir e aí começa a confusão.

Ela sabia que era hora de sair com ele e quando já estava se levantando para levá-lo para fora um ser humano joga uma piada. Ela logo avisa que já vai sair. Até então tudo bem.

O tal ser humano, não satisfeito, resolver soltar mais uma. Ela logo responde que já está saindo e que seu filho é autista e por isso não entende que não pode rir.

Ela então é chamada de louca por levar seu filho a um cinema já que ele era autista!

Ela sai mesmo assim, muito chateada com o tal ser humano desinformado. As suas alunas a apoiam em solidariedade e na saída uma outra pessoa também se aproxima para dar apoio.

No fim, não foi uma situação nada agradável mas a parte de receber apoio serviu para acalentar o coração.

O “ser humano”? Sumiu na multidão da saída que ela nem viu. Sentiu por um momento vontade de lhe falar umas verdades mas não foi possível.

A mãe sai dali percebendo o quanto ainda há falta de informação sobre o assunto e falta de empatia do outro.

Mas respirou fundo e seguiu tentando focar no momento de distração com suas alunas.

 

Josileine Pessoa F Gonçalves

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Imagem do texto: https://pixabay.com/illustrations/cinema-movie-camera-projector-film-4153289/

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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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