Renato Amaral

Crônica Ritos de Passagem

Fonte da Imagem: KELLEPISCS by Pixabay

 

Esses dias eu estava pensando na quantidade de ritos de passagem que precisamos experimentar durante a vida. E se observarmos atentamente veremos que não são poucos. Desde o momento em que nascemos vamos sendo preparados para essas fases inevitáveis. Ninguém irá escapar de vivê-los, o que pode acontecer é que dependendo da religião, costumes locais e problemas de saúde, alguns ritos sofram algumas alterações. Dois bons exemplos nesse caso são a circuncisão do menino no Judaísmo e do batismo do filho ainda criança no Catolicismo.

Mas no geral e sem contar os casos excepcionais, logo somos expostos aos ritos como a convivência escolar com várias novidades que aprendemos já bem cedo. Vivências como as primeiras amizades, primeiras provas, primeiros beijos, primeiros namoros, decepções. Para a menina chega à menstruação e para os meninos o alistamento militar. Depois faculdade e o trote que é um símbolo clássico desse ritual. A vida adulta traz o emprego, a demissão, casamento e separação, primeiro filho. Traz também às aflições, as perdas, as dependências. Sem esquecer da autoescola, cursos, doenças e internações hospitalares. Durante nosso ciclo vamos ultrapassando nossos limites. Começamos a engatinhar e de pé atravessamos inúmeros portais. Somos experenciados diante de situações, tragédias e acumulamos sonhos e viramos referências. Apesar de todo um cabedal de ensinamentos e observações recebidas dos mais velhos, nada irá superar a boa e antiga prática. Infelizmente por incredulidade, teimosia ou infantilidade precisamos “quebrar a cara” para aprender alguma coisa. E até isso é um ritual a passar.

Apesar de todos os pesares, nenhuma vergonha ou mágoa abole o prazer da descoberta. De cruzar o umbral do desconhecido. De sentir aquele “frio na barriga” e de ver pela primeira vez algo se descortinar diante de nossos olhos.

A vida é feita de momentos, alguns deles raros, mas a verdade é que muitos desses momentos é que fazem a vida valer à pena.

 

Por Renatto D’Euthymio

Instagram:@renattodeuthymio

E-mail: renattodeuthymio@gmail.com

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Renatto D'Euthymio

Renatto D'Euthymio, carioca de Santa Tereza, dividindo residência entre São Gonçalo - RJ e a pacata e inspiradora, São José do Calçado no Estado do Espírito Santo. Estudante Rosacruz, técnico em Radiologia, flamenguista fanático e apaixonado pelas filhas Rannya e Rayanne. Cultiva desde criança uma paixão pelos livros e seus gênios. Autor do livro de poemas Solilóquio Antes e Depois da Forca (2020) e do livro de humor O Tabloide Jocoso (2021). Premiado em dezenas de concursos literários (Poesia, Crônica, Conto e Microconto), e publicado em Antologias e Coletâneas. É tão ligado à Literatura que de vez em quando não se contém e atreve-se a rabiscar algumas linhas.

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