Ezequiel Alcantara

Spleen

Spleen

Quando o céu plúmbeo e baixo pesa como tampa
Sobre o espírito exposto aos tédios e aos açoites,
E, ungindo toda a curva do horizonte, estampa
Um dia mais escuro e triste do que as noites.
Charles Baudelaire

Desconfortante este caminhar
Por entre sombras e tristes agruras
Do passado, lembranças escuras
De ânsia terrível a me atormentar.

Vou pisando em cerâmica frienta
Rachada por raízes tão profundas,
Reminiscências, marcas oriundas
De uma realidade então cinzenta.

O sorriso distrai. Emoção falsa
Que disfarsa o que se quer esconder:
Um sentimento sem nenhum prazer,
Uma descompassada e triste valsa.

E os olhos vivem sem brilho, difusos,
Vendo os retalhos que por lá sobraram
Das carícias antigas que alentaram
Sonhos fartos de amor, dóceis… reclusos.

O céu é uma flor cinza morrendo
Com pétalas caíndo sem fulgor,
Assim como meu peito, em dissabor,
Em ébrias ilusões esvaecendo…

Ezequiel Alcântara Soares

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Ezequiel Alcantara

Olá, sejam todos bem vindos ao meu recanto poético! Me chamo Ezequiel Alcântara Soares, nasci em 28 de Julho de 2000 na cidade de Reriutaba no Ceará, onde me criei e vivi na comunidade de Riacho das Flores até o dia em que tive que deixar meu "torrão natal" e viver em São Gonçalo - RJ. Bem, sou apenas um ser humano, que foi se construindo ao longo do tempo, assim como uma colcha de retalhos, formado por luzes e trevas. Desde criança brilho o olhar pela poesia e pela escrita, com muito amor e carinho, o que resultou em cordéis publicados, participação em antologias poéticas e diversos escritos. Faço graduação em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e sou membro da União Brasileira de Trovadores (UBT) seção São Gonçalo. Este recanto visa apresentar poesias e textos que inspirem, através de minha poética, o mais nobre que há nos sentimentos humanos e que transcrevam, sutilmente, as estações do coração. Aproveitem! Que possamos amar profundamente, sejamos poesia!

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