Projeto 16 horas de escrita – Velas e Lamparinas – Ezequiel Alcântara
Velas e Lamparinas
“Eis meu lar, minha casa, meus amores,
A terra onde nasci, meu teto amigo,
A gruta, a sombra, a solidão, o rio
Onde o amor me nasceu — cresceu comigo.”
Casimiro de Abreu
Lembro bem das manhãs esverdeadas
Resultantes do céu esperançoso
Que renova o sertão, verde saudoso!
O primor das auroras perpassadas.
Aquelas plantas verdes florescidas,
As espigas de milho e o bom feijão,
Eram base da nossa refeição
Que foram do roçado fornecidas.
Chegava a noite e aquele fogo à lenha
Preparava comidas deliciosas!
Horas com a família, tão preciosas,
Daquelas que só Deus nos desempenha.
Outros dias, em noites como aquela,
Que faltava luz ao relampear,
Junto à mesa nós íamos jantar
E fazíamos tudo à luz de vela.
Em agradecimentos, orações,
E o “Sinal da Cruz” por nossa comida,
Louvando a Cristo pelo dom da vida…
Aquelas eram nossas saudações!
Depois das nossas práticas diversas,
A vela se apagando, a lamparina
Assumia. E lá fora, a tal lubrina,
Davam um bom clima às nossas conversas.
Oh! As boas histórias dos meus pais
Entre os risos e afagos em contar
Fábulas e vivências, e a lembrar
Dos tempos que não voltam nunca mais.
Ah! Lembro bem daqueles bons costumes
De criança, fazendo uma lanterna
Com uma lata velha e vela interna,
Para a noite caçar uns vagalumes.
Oh! Noites de sentires absolutos!
Velas e lamparinas que clarearam
Dias inesquecíveis e marcaram
As minhas alegrias e os meus lutos…
Ezequiel Alcântara Soares
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• Este poema, em 2022, foi premiado com o 2° Lugar no 1° Festival de Poesia Falada (São Gonçalo-RJ).
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Fonte da Imagem:
https://www.pexels.com/pt-br/foto/abandonado-perdido-adulto-arquitetura-19431456/
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Em agradecimentos, orações,
E o “Sinal da Cruz” por nossa comida,
Louvando a Cristo pelo dom da vida…
Aquelas eram nossas saudações!
Sua escrita me faz recordar o tempo em que éramos crianças e morávamos na roça, tínhamos uma vida bem humilde, mas o amor e a reverência ao criador nunca nos faltou.
Parabéns, por tanto talento!