Desabafos & DiscussõesLuiza Moura

As mulheres

Nós, que somos nós – machos alfa –, sabemos que a civilização só andou para frente porque a mulher estava cansada daquela caverna sem decoração, da falta de rosas cultivadas para o galanteio – que, naquele tempo, se resumia a matar o maior javali –, da novela sem TV digital, do amor sem depilação, do espinho de porco para prender o cabelo e do único botox disponível ser veneno de cobra.

Por outro lado, aquele negócio do Homo erectus (sim, uma das maiores jogadas de marketing de todos os tempos, que o homem já fez, afinal, erectus é erectus, hoje e na Idade da Pedra Lascada), que passava meses viajando, caçando dinossauro com o seu bando, ficava cheirando a história de pescador, motivo pelo qual ela resolveu trocá-lo pelo Homo sapiens, que se não era erectus permanente (toda casada sabe), pelo menos adorava o sofá de pedra polida e ficar com a família, motivo pelo qual – vejam vocês a importância delas –, uma espécie sumiu e a outra sobreviveu.

Isto apenas prova, nessa crônica antropologicamente fundamentada, que a mulher é essencial ao homem e à sua sobrevida, seja na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.

Reconheçamos, amigos, que estamos aí, criando, fazendo poesia, dançando, malhando na academia, assumindo presidências, ganhando fortunas, comprando iates, vencendo na vida, apenas por um único motivo: o coração de uma mulher.

Veja que os romances definitivos da humanidade e as canções imortais giram ao redor de sua presença ou, mais ainda, de seu abandono, até porque o homem abandonado por seu grande amor não serve nem pra cobrar escanteio, no baba de domingo. São as misérias e glórias da paixão que movem o mundo e a história. O resto é apenas cenário, enredo para a conquista, a posse e a perdição, no momento em que ela resgata o erectus perdido, no sapiens dominado.

Sim, elas vieram com os chips do controle e da razão danificados; o das lágrimas desregulado; o da sensibilidade hiperativado; o da desconfiança em duplicata; o da vingança sem desarme; o do encanto sujeito a oscilações inesperadas; e o do cuidado insuperável.

Certo, mas nada poderia ser diferente no ser que nos abriga e cria, no próprio ventre, e que comeu a maçã, por nosso mais delicioso pecado. Por isso ela é a nossa escolha definitiva, cabendo aos sábios e aos felizes, aos que tecem, com fios de linho, o encontro, acertando na escolha e regulagem, viver o jardim das delícias do humano, nas mãos do extraordinário ser que se pode revelar em uma mulher.

(Esse texto é de César Oliveira, médico, professor universitário, cronista do jornal Tribuna Feirense)

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Luiza Moura.

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Luiza Moura

Luiza Moura de Souza Azevedo é de Feira de Santana. Enfermeira. Psicanalista e Hipnoterapeuta. Perita Judicial. Mestre em Psicologia e Intervenções em Saúde. Doutora Honoris Causa em Educação. PhD em Saúde Mental - Honoris Causa - IIBMRT - UDSLA (USA); Doutora Honoris Causa em Literatura pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Possui MBA em gestão de Pessoas e Liderança. Sexóloga; Especialista em Terapia de Casal: Abordagem Psicanalítica. Especialista em Saúde Pública. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Especialista em Perícias Forenses. Especialista em Enfermagem Forense. Compositora e Produtora Fonográfica. Com cursos de Francês e Inglês avançados e Espanhol intermediário. Imortal da Academia de Letras do Brasil/Suíça. Acadêmica do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires. Membro da Luminescence- Academia Francesa de Artes, letras e Cultura. Membro da Literarte- Associação Internacional de Escritores e Artistas. Publicou os livros: “A pequena Flor-de-Lis, o Beija-flor e o imenso amarElo” e "A Arte de Amar. Instagram: @luiza.moura.ef

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