Erick BernardesHISTÓRIAS DE ARARIBOIA

Fonseca: a história de um bairro niteroiense

               Série: histórias do Brasil (Texto XIII)

Confesso ter acreditado que a origem do bairro Fonseca decorresse da corruptela de alguma Fonte Seca ou certo tipo de homenagem a figurão de destaque do meio militar. Mas não, necessário reconhecer que o lance é outro, o meu parco conhecimento deparou com a sucinta explicação: o bairro Fonseca fora batizado em homenagem ao médico carioca Francisco da Fonseca Diniz, também conhecido como “Gadelha”.

Bem, a história registra os tempos de crueza na futura cidade niteroiense. Médicos oficialmente formados eram com água em chão de verão sertanejo; quase nunca se via pela região. Um certo homem viajou pra Espanha, tornou-se médico diplomado e retornou um quase herói. Sim, herói mesmo o Doutor Francisco. Se o território fluminense estava sendo assolado pelas pestes que dizimavam parte da população, aquele que chegava ao lugar oferecendo alento e esperança e empenhado na saúde do povo merecia (e merece, ao meu ver) todo crédito e respeito.

Francisco da Fonseca Diniz nasceu em 1616, morou em Salamanca e voltou para o Brasil – e foi quando adquiriu parte da sesmaria de Arariboia, futuro bairro que levaria seu nome, o Fonseca. Foi Médico da Procuradoria de Saúde e também Vereador destacado na Câmara carioca. Lutou pela utópica erradicação das doenças da época. Pense bem numa guerra sanitária e também ideológica: de um lado curandeiros, feiticeiros, rezadeiras da medicina popular de um lado e, do outro, os raríssimos médicos diplomados necessários aos enfermos cada vez mais carentes de assistência. Manobras políticas? Claro que havia. Jogos de influência? Há até nos dias de hoje, sabemos bem.

Foto: acervo do autor

Contudo, querendo ou não, o médico Francisco da Fonseca Diniz teve seu registro merecido na cidade de Niterói. Enfim, o bairro Fonseca traz no bojo da sua fundação a marca de um médico brasileiro.

Este texto tomou como leitura A HISTÓRIA DA MEDICINA EM NITERÓI, da DB Editora. Agradeço aos idealizadores: Franciane Barbosa, Antonio Schumacher, Irma Lasmar Sirieiro, Verônica Martins Oliveira, Sérgio Meirelles de Andrade, Antoane Rodrigues e aos diagramadores da Texto e Café Comunicação. Obrigado, muitíssimo obrigado pela partilha.

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Erick Bernardes

A mesmice e a previsibilidade cotidiana estão na contramão do prazer de viver. Acredito que a rotina do homem moderno é a causadora do tédio. Por isso, sugiro que façamos algo novo sempre que pudermos: é bom surpreendermos alguém ou até presentearmos a nós mesmos com a atitude inesperada da leitura descompromissada. Importa (ao meu ver) sentirmos o gosto de “ser”; pormos uma pitadinha de sabor literário no tempero da nossa existência. Que tal uma poesia, um conto ou um romance? É esse o meu propósito, o saber por meio do sabor de que a literatura é capaz proporcionar. Como professor, escritor e palestrante tenho me dedicado a divulgar a cultura e a arte. Sou Mestre em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ e componho para a Revista Entre Poetas e Poesias — e cujo objetivo é disseminar a arte pelo Brasil. Escrevo para o Jornal Daki: a notícia que interessa, sob a proposta de resgatar a memória da cidade sob a forma de crônicas literárias recheadas de aspectos poéticos. Além disso, tenho me dedicado com afinco a palestrar nas escolas e eventos culturais sobre o meu livro Panapaná: contos sombrios e o livro Cambada: crônicas de papa-goiabas, cujos textos buscam recontar o passado recente de forma quase fabular, valendo-me da ótica do entretenimento ficcional. Mergulhe no universo da leitura, leia as muitas histórias curiosas e divertidas escritas especialmente para você. Para quem queira entrar em contato comigo: ergalharti@hotmail.com e site: https://escritorerick.weebly.com/ ou meu celular\whatsapp: 98571-9114.

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