Giovanna Bayona

Fragmentos

O quanto de nós deixamos por aí?  Não sei exatamente dizer ao certo, mas sinto que conforme a gente vive nossas experiências, muito de nós se perde como pequenos fragmentos, pequenas partes de nossas vidas se espalham como confete no carnaval.  Apesar de parecer assustadora essa constatação, ela não é ruim, espalhar um pouquinho de nós é deixar marcas, é validar nosso tempo por aqui, esses fragmentos são importantes, para quando se perder de si mesmo conseguir achar o caminho de volta.

Esses dias olhando algumas fotos senti saudades, saudades de como me sentia naquele momento, de como vivia meus dias, e não, minha vida não estava melhor naquela época. Não quero voltar a ser a pessoa daquelas fotos, pois sou bem melhor hoje do que era antes, mas nessa mudança, nesse crescimento deixei partes de mim.

O sentimento de se perder de você mesmo é um dos mais confusos, porque não faz sentido nenhum, não tem uma explicação básica, o que se pode fazer é só analisar quando e onde aconteceu e tomar cuidado por passado não te fazer de refém, depois é simplesmente viver, se adaptando, como se estivesse montando um quebra cabeças onde as peças são esses fragmentos que espalhamos por aqui, reunir essas peças para não montar a mesma figura de antes mas sim uma nova, outra versão de você.

Por um tempo achei que minhas opiniões, e meus gostos fossem permanecer os mesmos, porque eu gostava do que representavam, a menina autêntica que todos sempre falavam. Porém tudo deixou de fazer um pouco de sentindo, e me perdi. Isso não aconteceu só uma vez, aconteceu várias vezes e em todas elas eu achava que tinha errado alguma coisa.

Se perder da gente é necessário, é se perdendo que a gente se encontra, é vasculhando na nossa vida esses fragmentos que podemos enxergar novos caminhos ou resgatar hábitos que nos faziam bem, que podemos olhar com mais empatia pra nossas versões e entender que tá tudo bem recalcular a rota, a vida não é eterna temos que saber aproveitar de modo único cada fase dela.

Quero poder acreditar mais no amor, ler mais livros, ser mais ativa, essas foram coisas que acabei abandonando para me adaptar à algumas situações, fiz certo, não sei, mas ainda bem que deixei registrado na minha vida o caminho até esses pedacinhos que deixei de lado. Agora posso ser outra versão minha, para viver novas fases e deixar mais de mim por ai, pra assim quando me perder, eu possa encontrar o caminho de volta pelos fragmentos que fazem mais sentido pra mim.

Se perder é se encontrar, mudar é dar um voto de confiança em si mesmo e recomeçar é sempre um ato de fé, não tenha medo, nossos fragmentos como se fosse “migalhas de pão” sempre vão estar mostrando o caminho que podemos percorrer.

Meu Instagram: @giovanna.bayona

Fontes:  

Imagem destacada e imagem interna – Foto de Magda Ehlers no Pexels – https://www.pexels.com/pt-br/foto/jogo-de-quebra-cabeca-sortido-1586951/

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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