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Conheço e conheci inúmeros escritores ao longo da vida, sendo que a maioria completamente incógnitos e não lidos até pelas suas famílias. Desses somente uma parca minoria com um público leitor. O que não influi na qualidade literária de nenhum desses dois grupos.
Tenho percebido o surgimento cada vez maior de novos escritores, mas não sei opinar a respeito desse aumento e nem possuo dados específicos. São somente observações pessoais. Se tivesse que dar algum palpite arriscaria sem nenhum fundamento ou estudo que pode ser um efeito do acesso farto a publicações na Internet, onde toda pesquisa se torna rápida e sem complicações. Existe uma máxima que diz que “todo escritor é um leitor”, e essa democratização de títulos na web têm criado novos leitores/escritores. Credito também a grande quantidade de Plataformas para publicação de novos autores disponíveis na Rede, que facilitam o autor “desconhecido” a publicar seus textos.
Entretanto quero falar a respeito de alguns escritores que tive o prazer de conhecer seus trabalhos e processos criativos. Aprendi que para alguns a caneta parece uma bailarina deslizando e rodopiando pelo tablado. Seus escritos fluem com tanta naturalidade e possuem uma qualidade fantástica. São amadores por puro capricho. Vejo resultados literários que, em minha opinião são os escritores que “nascem com o dom da escrita” e fazem parecer fácil a arte de escrever.
Sem dor de cotovelo, eu estou no outro lado dessa questão. Em casos como o meu a caneta encontra obstáculos no papel e se assemelha a uma pessoa andando descalça em brita. Pertenço à ala dos escritores esforçados, que precisam pesquisar, estudar, esperar, reler mil vezes e na transpiração e muito trabalho espremer algo que preste no papel. A vida dos escritores iguais a mim que não nasceram à reencarnação de Fernando Pessoa não é fácil.
Ainda assim, de nada valerá o meu texto ou o do Machado de Assis, se não houver leitores dispostos a desbravá-los.
Por Renatto D’Euthymio
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