Elias Antunes

PRÊMIO CAMÕES PARA ARMÉNIO VIEIRA

PRÊMIO CAMÕES PARA ARMÉNIO VIEIRA

 

Por Elias Antunes

 

A poesia continua sendo o paradoxo da qualidade x quantidade na leitura e na literatura.

Um dos bons exemplos deste fato está em Arménio Vieira, poeta e escritor de Cabo Verde, o qual arrebatou o Prêmio Camões, em 2009.

Pouco conhecido no Brasil, tem em seu livro “Poemas”, um de seus pontos altos.

Publicado pela África Editora, o livro contém poemas de protesto, versos populares e eruditos, confluindo diversos ritmos e fazendo alusões, inclusive, a autores brasileiros, como João Cabal de Melo Neto.

Sua poesia é de excelente nível, fazendo-se urgente sua leitura, como nos versos:

 

“Nos olhos

de certos cães

por vezes

aguarelas de ternura

quase humana

(até dói

não falarem)

 

Na face

de certos homens

tanta vez

um retrato

a plena luz

de cão perfeito

e feroz

(até espanto

não ladrarem)”

(VIEIRA, s/d, p. 31)

 

Por causa de seus textos contestadores, amargou dois anos de prisão, pela Polícia Política.

Isso não o fez desistir, pelo contrário, impulsionou-o a prosseguir produzindo poemas de muita importância dentro da criação em língua portuguesa.

 

 

Fonte da imagem: Foto do autor.

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Elias Antunes

Filho de um dos trabalhadores pioneiros que construíram Brasília, Elias Antunes nasceu em Goiânia, em 1964. Trabalhou como servente de pedreiro, vendedor ambulante, contínuo. Depois, entrou na Secretaria de Segurança de Goiás, por concurso. Bacharel em Direito, UCG, Mestrado (incompleto) em Teoria Literária, UnB. Em 1993, por concurso, entrou no Tribunal de Justiça do DF, passando a morar no Distrito Federal. Concomitantemente, foi professor do ensino médio e universitário de História da Filosofia, de Redação, de Direito e Legislação e de Teoria Literária. Seu livro de poemas “Chamados da Chuva e da Memória” ganhou o prêmio da Funarte de Criação Literária e o prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Seu romance “Suposta biografia do poeta da morte”, ganhou os prêmios: Hugo de Carvalho Ramos, 2008 (1º lugar), Prêmio Jabuti, 2011 (finalista), prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Tem 20 livros publicados e ganhou mais de 300 (trezentos) prêmios. Participa de mais de 100 antologias e obras coletivas no Brasil e no exterior. Cocriador das revistas O artesão, Rotina, Flor & sol e Linhas & Letras e dos jornais Tempoesia, Jornal de Poesia e Artefatos. Tem poemas traduzidos para os idiomas: espanhol, francês, inglês, esperanto, galego, romeno, italiano, catalão, alemão, sueco, russo e hindi. Com publicações nos países: Rússia, Itália, Argentina, Portugal, França, Estados Unidos, Espanha, Romênia, México, Suécia, Vietnã, Índia e Venezuela.

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