Renúncia
Renúncia
“— Quem sou? um doudo, uma alma de insensato,
Que Deus maldisse e que Satã devora;
Um corpo moribundo em que se nutre
Uma centelha de pungente fogo,
Um raio divinal que dói e mata,
Que doira as nuvens e amortalha a terra!…“
Álvares de Azevedo
Venho comunicar-te, fielmente,
As últimas vontades do meu Ser,
Que vive tão infausto a padecer
E não suporta mais a dor vigente:
Eu renuncio, ébrio e consciente,
Ao desejo e a vontade de viver…
Ao meu coração que me faz sofrer
E que não é mais meu completamente.
Eu renuncio aos vastos sonhos meus
Que tanto ruflam às sombras, sem sorte,
Deixando-me aos lamentos de um adeus…
Cansei de poetar… Perdi meu norte…
Pois era o brilho desses olhos teus!
Entregar-me-ei à funesta morte.
Ezequiel Alcântara Soares
Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/photos/rosa-pesar-cemit%c3%a9rio-natureza-2710068/
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Parabéns, Ezequiel, pelo belo trabalho!!! Nossa, este poema está melancólico com transparência de tristeza, é assim que tu te encontras? Ou não? Mas nunca desanime de poetar! Que possamos ser uma fagulha de luz que ainda centelha nas trevas da escuridão. Particularmente não me identifico com poemas melancólicos, mas sua composição bem elaborada nos faz refletir e pensar como anda a nossa vida. Nosso caminho e nosso destino.
Um forte abraço!
Renúncia ao amor ! Excelente expressão da segunda fase romântica , explorando a subjetividade , a melancolia e o pessimismo. O poeta Ezequiel mostra isto com maestria e beleza Parabéns, . grande escritor!