Giovanna Bayona

Portas que fechamos.

Quantas portas a gente já fechou nessa vida? Muitas eu aposto, na hora a gente não se dá conta, temos o nariz em pé, orgulho, ego pra nos afirmar que sim, a gente sabe o que é melhor, a gente sabe o que nos faz feliz, porém não é bem assim, a gente continua fechando as portas pra muita coisa boa.

A gente fecha a porta por amor, várias e várias vezes. Justificamos isso como proteção, para não sofrer, esquecendo que sofrimento faz parte da vida. Fizemos do amor verdadeiro histórinha de livro, meme, e várias outras coisas que o deixaram banal, pra quando a gente escolher não ter o amor, vamos afirmar que está tudo bem, porque afinal ninguém o tem, não é tão importante assim.

A gente fecha a porta pra simplicidade, ostentar é a nova felicidade, é o que te coloca entre os gigantes na internet, e a simplicidade é esquecida, uma simples conversa, uma simples risada, uma brincadeira de criança, uma ida na praça, tudo é deixado de lado porque não traz status.

A gente fecha a porta pra sentir nossas energias, sentir quando estamos esgotados, sentir quando estamos recarregados, isso já não existe mais. A frase é “trabalhe enquanto eles dormem” “estude enquanto eles dormem” a pausa não existe num mundo onde dinheiro resolve 90% dos seus problemas, não há tempo para se recarregar com a natureza, com alegria, ou simplesmente descansar, porque isso significa menos dinheiro.

A gente fecha a porta pra empatia, porque na mente do ser humano o preconceito com as pessoas faz mais sentido, preconceito até com si próprio, “tal roupa não fica bem com meu corpo”  “Tal personalidade não combina comigo” ” se eu fizer isso o que vão pensar”? E na base dos narizes torcidos para o desconhecido se colocar no lugar do outro fica cada vez mais difícil. Nisso fechamos a porta para a maior qualidade da humanidade, triste né.

Pode parecer exagero, mas essas portas que no geral são fechadas, nos impedem de viver tantas experiências, boas e ruins, mas são experiências e o que é uma vida sem elas? Uma vida sem graça, quadrada e não evolutiva.

Pois é, esse não é um texto bonitinho e feliz, e sim um choque de realidade, quais portas você tem fechado na sua vida? Você está feliz com suas escolhas? Não esperem igual a mim, não esperem viver um susto pra refletir sobre isso, nem sempre vamos ter tempo de abrir a porta novamente.

 

Meu Instagram: @giovanna.bayona

Fontes Imagem Destacada e Imagem Interna: Foto de Erik Mclean no Pexels – https://www.pexels.com/pt-br/foto/espaco-do-texto-porta-entrada-portas-9899853/

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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