Sobre os labirintos de se comunicar
Quem nunca teve a sensação de não estar sendo ouvido durante alguma conversa ao longo de uma relação, seja ela com seu par amoroso, familiar ou em círculos de amizade ou de trabalho? As diversas formas de comunicar ligam-se diretamente com as dinâmicas relacionais que estão envolvidas entre pessoas distintas. Paul Watzlawick em sua obra “Pragmática da Comunicação Humana” aborda sobre axiomas existentes que compõem e norteiam a comunicação interpessoal, dentre os quais está o intitulado a impossibilidade de não comunicar. Neste contexto reflete-se acerca de que cada comportamento, falado ou não, possui uma função comunicacional e as interpretações decorrentes podem influenciar na maneira com a qual um indivíduo interage com o outro.
Quanto conteúdo está implícito – ou não tão implícito assim – nas entrelinhas dos discursos inter-relacionais que poderiam ser reelaborados com uma simples pergunta: “O que você entendeu que eu disse? ” Ou ainda: “O que você achou sobre isso? ” Dando-se o devido espaço para a escuta ativa, que não agrega respostas prontas antes mesmo de o outro finalizar sua fala, e também o espaço tão necessário para expressão franca de pensamentos e sentimentos.
Mas por que é tão difícil manter uma comunicação sem conflitos?
Antes de qualquer coisa, é fundamental analisarmos o que aquela comunicação conflituosa está apontando sobre a relação. Muitas vezes é a partir do conflito que surgem novas possibilidades de se pensar essa relação e até mesmo a relação do próprio indivíduo consigo mesmo. Comunicar de maneira aberta e flexível costuma parecer tão difícil, pois a cultura da sociedade moderna ensinou que tudo é supérfluo e, “trouxa” é quem se permite aprofundar em sentimentos incertos. Mas esse tipo de conceito não precisa ser adotado como imutável, não é mesmo? Sempre existe a chance de tentar de novo, de uma maneira diferente, a partir de um roteiro diferente, sob o olhar de quem adquiriu experiências diferentes… Então, se até o silêncio comunica, por que querer sufocar nossa essência quando se pode inovar a cada dia na busca da nossa melhor versão?
(Esse texto é de Raquel Cavalcante, 26 anos, Psicóloga, especialista em psicologia conjugal e familiar e amante das inúmeras possibilidades de amar.)
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Luiza Moura.