Estrelar

Agora eu entendo….

Entendo que puxar a corda de um lugar sólido só feriu minhas mãos, que correr desesperadamente contra o fim não fez ele não acontecer, só degastou minha alma brilhante fazendo ela ficar cinza.
Percebi agora, que esperar você, foi como esperar que a tinta daquela minha caneta favorita voltasse, aquele perfume preferido que acabou enchesse, nada os fez voltar. Só deixei de escrever versos bonitos para encantar os ouvidos de outro alguém, me deixou sem cheiro nenhum e impediu que testasse outros até achar algum outro favorito.
Eu simplesmente insistia, abria o armário e via aquele frasco oco e vazio de perfume, mas ele lembrava o cheiro de momentos inesquecíveis, únicos. Abria o estojo e pegava aquela caneta e forçava ela num papel branco, que desenhava as palavras que preciso, só machucava o papel, mas não pegava outra caneta, porque com essa que eu tinha escrito os melhores versos da minha vida.
Até o dia que eu não tinha mais cheiro , que estava doente, entalada sem poder cuspir as maiores alegrias e as mais profundas tristezas no papel. Foi aí que notei, que se continuasse velando memórias antigas, nunca mais teria memórias novas. Então hoje tenho vários perfumes, uma fragância para cada memória nova. E tantas canetas, uma de cada cor, pra desenhar as palavras mais amorosas e devastadoras numa paleta de cor nunca vista antes. Eu voltei a ter cheiro e palavras rebuscadas para encantar outros ouvidos.

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