Finalzinho da semana atípico para aquela correria do dia a dia.Quinta-feira fui à agência bancária do meu bairro e não pude usar o caixa eletrônico porque o sistema estava fora do ar. Perguntei se demoraria muito, então soube que os cabos da internet foram cortados!
Chegando à minha, casa no início da tarde, descobri que todos os moradores também estavam off line. Alguns reclamavam no pátio, andando pra lá e pra cá, com o celular nas mãos tentando falar com as operadoras. Havia duas senhoras que normalmente ficam sentadas conversando, nenhum pouco abaladas porque não são da era digital.
Observei que os garotos que retornam da escola, sempre com o olhar vidrado no pequeno aparelho, caminhavam conversando e logo depois pegaram uma bola e ficaram brincando de “altinha” na rua.
Minha vizinha do apartamento ao lado, tocou a campainha um pouco sem graça me disse que estava sem televisão por causa da internet e perguntou se poderia assistir à novela da tarde na minha sala. Eu também não tenho como ver TV quando a internet falta. Sugeri uma leitura, tenho livros de poemas, crônicas, contos, romances e outros.
Ela ficou muito surpresa ao ler o meu nome em uma das antologias que ofereci. Agradecida, ela levou três livros. A novidade se espalhou meia hora depois. À noite bateram novamente à porta, outros moradores queriam livros emprestados. Fiquei empolgada com o interesse pela leitura. Peguei vários autores, o curioso foi a preferência sobre minhas participações em obras coletivas.
Foram mais de 24 horas sem internet! Ainda que tenha sido apenas um pequeno passatempo para substituir as postagens nas redes sociais, senti uma pontinha de felicidade por ter semeado a leitura no terreno de concreto do meu condomínio.
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ref. imagem: https://pixabay.com/pt/photos/um-livro-p%C3%A1ginas-rolagem-papel-6213537/
