O “mundo líquido” de Bauman e nós
Zygmunt Bauman fala sobre o amor liquido e nós sobre os nossos amores. No seu livro o sociólogo e filósofo polonês, Zygmunt Bauman, traz o conceito de amor líquido e sobre nossos relacionamentos serem efêmeros, fugazes e velozes e nós falaríamos o que das nossas relações?!… Dentre tantas e tantas relações que vamos construindo, reconstruindo e até mesmo destruindo ao longo dos nossos anos e dos nossos danos, o que ainda temos, ou melhor, o que ainda nos resta dessas relações?
Será que realmente não queremos amores que durem? Será que não queremos de fato construir algo que vá além do hoje? Construímos uma carapaça da fugacidade para disfarçar a nossa insatisfação sobre os nossos relacionamentos atuais, para não precisar admitir para os outros e, principalmente para nós mesmos que só uma curtida ou comentários nas fotos não satisfaz a alma, que sorrisos em belas poses nas redes sociais não tocam o coração, que na era do desapego o que mais se quer é se apegar.
Estamos sempre nos convencendo com discursos prontos que precisamos repetir para nós como uma espécie de mantra do não sentir, do não se apegar, porque na era dos amores líquidos é “fora de moda” dizer “eu te amo”, demostrar afeto, mandar uma flor para alguém… Escrever um bilhete então, nos faz ser ridículos! Construímos muros sobre o que sentimos para bancar lugares que não queremos estar, preferimos levantar a bandeira do desapego a admitimos que queremos um amor desses de novela.
Vamos fazer o caminho inverso e ir na contramão?
Mande um bilhete para alguém que você ama, uma flor, um chocolate, grite para o mundo sobre tudo isso! Escreva uma carta de amor e seja ridículo! Afinal como disse o nosso grande Fernando Pessoa: “Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.” Então seja ridiculamente feliz e apaixonado por seu amor! Desapegue dessa necessidade insana de ser desapegado e demostre, fale, grite e acima de tudo ame.
Vamos encarar a realidade que nos tempos de amores líquidos o que mais queremos é a solidez de uma relação, que seja duradoura e constante.
(Esse texto é de Chirley Reis, Psicóloga Clínica. Para conhecer mais pode buscar no instagram: @chilreis)
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Luiza Moura.