Maldição
“Minh’alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar…”
Florbela Espanca
Eis me aqui, chamejando loucuras…
Amaldiçoada fênix, renasço da gana
Extasiando olhares, fascínios, aventuras
Anovelando-me a cernes vãos
Habitando visões tíbias, ah… estúpida!
Fulgor ingênuo, me resta ser pó ao chão
Cinzas de amar,
Ouço daqui o escrachar de um Deus
Retornando-me somente para me ceifar…
Caindo em morte, queimando vida
Como anelo manter-me num único olhar…
Restam-me brasas, queimor! A algia mais sofrida.
Ellen Lessa
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Fonte da imagem:
Canva
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