Desabafos & DiscussõesLuiza Moura

Somos todos borboletas em busca da luz

A lembrança que tenho da minha infância é de um homem que se dizia “amigo” do meu pai que me abusou sexualmente, não lembro seu nome, mas seu rosto está gravado na minha memória juntamente com suas palavras e doces que ofertava. Sempre fui “fechada” no meu mundo não falava sobre mim. Minha família não instigava o ato de falar sobre nós e essas características me levaram a prejuízos físicos, emocionais e psicológicos.

 Minha mente era “tumultuada” de pensamentos acelerados e negativos, imaginava que tudo daria errado e que poderia acontecer uma tragédia comigo ou com a minha família. Minha autoestima muito baixa me colocava em situação de humilhação, enxergava defeito no rosto, no corpo, na personalidade e, não me via capaz ou o suficiente, mendigava por amor e atenção.

Os medos eram recorrentes! Medo de ter doença grave, de ficar sozinha, de dormir, medo de ficar cega, louca ou de morrer.

Aos 19 anos tive a primeira crise de pânico, meu braço e rosto adormecidos, coração acelerado, falta de ar, ânsia de vômito, visão turva, sudorese e frio ao mesmo tempo, um gelo dentro de mim vinha subindo dos pés à cabeça, corpo todo tremendo e sensação de que estava morrendo. Eu chorava compulsivamente. Desse dia em diante travei uma batalha e as crises só aumentavam. Cheguei a perder a fala e o controle sobre meu corpo.

Seis meses depois entrei no quadro depressivo, larguei o emprego, sentia uma angústia, um vazio que nada preenchia, até para respirar era uma dor insuportável, perdi o prazer de viver, não tinha ânimo, energia e, nada me alegrava.

Os sonhos acabaram a vida parecia cinza

Dormia e acordava chorando, perguntava o porquê de Deus ter me dado a vida, pedia para que Ele a tirasse e me livrasse do sofrimento que despedaçava o meu peito. Os dias se passaram e eu comecei a pesquisar a melhor forma de cometer suicídio sem muita dor. Nunca cheguei a tentar contra a minha vida, mas tinha a ideia suicida. Quando não suportava mais aquele sofrimento comecei a cortar minha perna pois eu precisava de dores físicas que diminuíssem um pouco a dor da alma.

Deus enviou alguns anjos para me darem o suporte necessário. Primeiro um Clínico que me receitou o antidepressivo, com isto fui reagindo. Em seguida comecei a psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico. Assim fui saindo do “buraco” onde me encontrava! Não era fácil mas lutava todos os dias para ter uma qualidade de vida. Fui vivendo aqueles dias de horror, mas com todo suporte necessário dos profissionais.

A metamorfose aconteceu!

Consegui me formar em Psicologia. Faz anos que não tenho crises de pânico, que não tenho depressão. Tive alta da medicação e hoje consigo conduzir a minha vida da melhor forma possível e aberta para ajudar a salvar vidas que assim como eu não conseguiam enxergar uma outra saída que não a morte.

Aprender a lidar com os nossos sentimentos é sadio! Não reprima o que você sente, aceite o momento que está passando mas faça algo para sair dele, busque ajuda de um Psicólogo que irá caminhar com você em busca de uma boa qualidade de vida. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza este ato pode te salvar. Se algumas coisas não melhorarem, não desista, continue firme, busque a sua cura, sua paz interior.

Independente do seu diagnóstico, somos todos seres humanos, necessitados de amor, cuidado, de acolhimento de carinho e empatia.

(Esse texto é de Edileuza Silva, Psicóloga Clínica que tem como missão ajudar as pessoas a se ajudarem! Instagram: @psicologaedileuzasilva)

Participe também dessa coluna! Envie o seu texto (de desabafo ou reflexão) para o email lmsn_91@hotmail.com ou entre em contato pelo instagram @luiza.moura.ef. A sua voz precisa ser ouvida! Juntos temos mais força! Um grande abraço e sintam-se desde já acolhidos!

Luiza Moura.

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Luiza Moura

Luiza Moura de Souza Azevedo é de Feira de Santana. Enfermeira. Psicanalista e Hipnoterapeuta. Perita Judicial. Mestre em Psicologia e Intervenções em Saúde. Doutora Honoris Causa em Educação. PhD em Saúde Mental - Honoris Causa - IIBMRT - UDSLA (USA); Doutora Honoris Causa em Literatura pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Possui MBA em gestão de Pessoas e Liderança. Sexóloga; Especialista em Terapia de Casal: Abordagem Psicanalítica. Especialista em Saúde Pública. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Especialista em Perícias Forenses. Especialista em Enfermagem Forense. Compositora e Produtora Fonográfica. Com cursos de Francês e Inglês avançados e Espanhol intermediário. Imortal da Academia de Letras do Brasil/Suíça. Acadêmica do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires. Membro da Luminescence- Academia Francesa de Artes, letras e Cultura. Membro da Literarte- Associação Internacional de Escritores e Artistas. Publicou os livros: “A pequena Flor-de-Lis, o Beija-flor e o imenso amarElo” e "A Arte de Amar. Instagram: @luiza.moura.ef

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