GRANDES MINÚCIAS
Nesses últimos dias que antecedem a virada do ano, algumas pessoas ficam mais reflexivas. Normalmente, fazem uma retrospectiva do ano e um balanço do que foi proveitoso ou poderia ter sido.
No meu caso, faço com uma certa frequência lembrando de fatos até da infância. Minha mãe era cozinheira profissional e costumava receber encomendas de quitutes para as ceias. Uma vizinha ia, voluntariamente, para ajudar. Por conseguinte, aprendia também novas receitas. Eu ficava por perto na expectativa de ganhar as sobras dos vasilhames, portanto, era inevitável deixar de ouvir as conversas. Apenas ouvir. Crianças não participam de conversas de adultos e tampouco emitem opiniões.
Certa vez em uma dessas prosas, escutei uma resposta da mamãe que foi um ensinamento que eu tenho para a vida toda. Sua auxiliar a questionou o porquê de ela continuar a amizade com uma outra vizinha que a criticava.
A querida D. Nina não só mantinha a harmonia, como também dava presentes em forma de doces ou pequenos artesanatos confeccionados com muito carinho. Porém, isso me intrigava. Como ela podia presentear a quem supostamente não gostava dela?!
Com um sorriso de sempre, ela respondeu:
– Falar mal da vida alheia é a natureza dela. Tratar as pessoas com carinho é o meu jeito de ser!
Sinto um orgulho imenso em dizer que fui educada por essa grande mulher cujo Natal acontecia todos os dias!
Ivone Rosa
Instagram: @profaivonerosa
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