Josilene Pessoa

Diário de um espectro chamado mãe – Um afeto recíproco

Ao contrário da crença popular, autistas têm sentimento e, sim!, eles se importam com os outros

https://www.autismoemdia.com.br/blog/pessoas-autistas/

O afeto recíproco

Autistas são caracterizados, entre vários aspectos, como pessoas que não sentem emoções, ou não se importam com as pessoas.

Já discordei disto aqui em outros textos e vos digo novamente: Autistas sentem sim, porém de forma diferente.

Afinal, todos nós sentimos as coisas de forma diferente.

A dificuldade em socializa talvez leve ao conceito de que os atípicos “não ligam” para as pessoas. Como mãe atípica há 11 anos afirmo com certeza que o que é oferecido ao autista nos é retribuído. Nem sempre de forma imediata e as vezes de forma homeopática mas acontece.
Estávamos no processo de sono como todo dia o fazemos. Como também já descrito aqui neste diário, o Caio tem “paixão” por pés e sempre dorme com o rosto nos meus. Certa vez ele, por iniciativa própria, resolveu se virar para mim, atravessou o braço sobre meu corpo e deitou a cabeça no meu ombro.

Um ato simples, mas para mim demonstração linda de afeto pois sempre o abraço e ele prefere o pé. Eu sempre insisto em beijos e cheiros roubados e me volto para o outro lado empurrada por ele para lhe dar o pé. E desta vez ele mudou o protocolo com um abraço carinhoso.

Ficou por alguns minutos e depois virou novamente até finalmente dormir.

Então, caros leitores, o que seria a retribuição de afeto se não uma demonstração de sentimentos?

Bem, deixo a vocês as conclusões.

           ******************************

Josileine Pessoa F Gonçalves

Esse relato dialoga com você? Deixe aqui seu comentário e compartilhe com todos que precisam ler esta história.

Siga em: @poesia.atipica10

Imagem do texto: Arquivo da autora

Imagem destacada: https://pixabay.com/images/id-3447075/

Mostrar mais

Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo