João Rodrigues

Cambada: eu li!

Cambada: eu li!

No dia 28 de julho eu estava, ansioso, assistindo à live de entrega de premiação do II Concurso de Literatura de Cordel de São Gonçalo. Dias antes já havia passado por aquela expectativa! Aquele friozinho na barriga, aquela dose de esperança de ficar entre os três primeiros, o receio de não ficar entre os dez, enfim. Quem participa de concursos literários sabe muito bem como é.

Apesar de eu não ter ouvido muito bem aquela live, assisti até o final. Meu irmão e minha cunhada estavam lá para receberem meu prêmio. Fiquei na 3ª Colocação. Ganhei um Certificado, um troféu e um livro com os 10 primeiros colocados! Quanta honra! Ah se eu pudesse ter ido! Não pude. As passagens aéreas estão caras demais. Me conformei.

Quando pensei que os prêmios haviam acabado, eis que surge, no meu WhatsApp, uma mensagem do amigo e escritor gonçalense Erick Bernardes: “João, estou enviando um livro meu (o Cambada verde) para vc por meio de seu irmão”. Pois é, recebi mais um prêmio, que nada tem a ver com o Concurso, mas que gostei demais de tê-lo recebido. Primeiro porque adoro livros; depois, por ser de um autor que, de certa forma, já o considero um amigo; e além disso é de crônicas sobre São Gonçalo, cidade na qual morei duas vezes: a primeira foi em 92 – quando cheguei ao Rio (morei no Barro Vermelho), e a segunda foi por volta de 2000 (dessa vez em Santa Catarina).

Quando vi o sumário, pensei: “Este é um livro que certamente vai me prender”. E prendeu do início ao fim. Me encontrei em muitas das crônicas, pois conheço vários dos bairros citados nelas. Conheci a fábrica do Mineirinho, minha irmã mora no Engenho Pequeno, meu irmão mora no Rocha, minha sobrinha morou no paraíso, inúmeras vezes peguei o Galo Branco, trabalhei em um restaurante que havia próximo à Praça Zé Garoto (o Barril 2000)… E vejam esta: a primeira vez que entrei num cinema foi no Rodo Shopping! A cada página que eu virava, São Gonçalo se escancarava diante de mim!

Outro ponto que adorei no livro: a origem dos nomes dos bairros. Adoro saber como surgiram as cidades, os bairros, os porquês disso e daquilo. E “Cambada” me proporcionou essa grande descoberta. Foi um passeio sobre São Gonçalo pela ótica de Erick Bernardes. A meu ver, “Cambada” deve fazer parte das bibliotecas públicas e escolares da cidade.

Além de tudo isso, tem o título: Cambada. Pra nós aqui, cambada também pode ser um grupo de amigos perambulando por aí. Então me veio à cabeça uma ideia que tenho para um futuro não tão distante (espero): conhecer a Academia Gonçalense de Literatura de Cordel com essa cambada de escritores e cordelistas que já os conheço, mesmo que a maioria deles virtualmente: Zé Salvador, Erick Bernardes, Renato Cardoso e Ezequiel Alcântara – este último o vi crescer.

Quem sabe um dia isso acontece. Afinal, como disse o poeta: “Amanhã tudo pode acontecer”.

Me aguardem, cambada!

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João Rodrigues

Nascido em Riacho das Flores, Reriutaba-Ceará, João Rodrigues é graduado em Letras e pós-graduado em Língua Portuguesa pela Universidade Estácio de Sá – RJ, professor, revisor, cordelista, poeta e membro da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes e da Academia Virtual de Letras António Aleixo. Escreve cordéis sobre super-heróis para o Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos (NuPeQ) na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

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