Ezequiel Alcantara

Nossos Cotidianos

Nossos Cotidianos

 

Me conta mais de você
Esse sorriso é grande ajuda, fica
Estende o braço e me aponta pr’onde eu vou…

Rubel

 

Se tivesses ideia do quanto me fazes bem, ó minha amada Angelus

Durante as minhas manhãs, a espera por tuas mensagens, comentando nossos assuntos da noite anterior, é uma ânsia inexplicável. Ao levantar-me para mais um dia, daqueles cuja rotina conheces bem, a primeira coisa que penso é em ti. “Será que ela dormiu bem?”, sempre me vem à mente e ao coração. Enquanto preparo o café, ouço músicas que comungam o meu… e o teu sentir, e sinto-te ali, sorrindo. Ao inspirar o vapor do café sendo coado, eu torço em meus sentimentos para que tenhas despertado suavemente. Entre um gole e outro, reflito. Olho para o relógio. “Provavelmente ela já deve estar se preparando para dar aula…”, imagino. E penso: “Espero que sejam momentos leves, proveitosos… e que ela possa se sentir revigorada!”. Arrumo-me. Parto para mais uma jornada, daquelas… que só me são suportáveis porque sei que estou bem amparado, por tê-la aqui dentro.

No perpassar da manhã para a tarde, habemus notícias! Envias-me aquele carinhoso pedido de desculpas pela demora… e respondo-te: “Não há necessidade de desculpar-se, também estive ocupado…”. E sempre estamos. Tuas mensagens sempre me chegam no momento certo. Penso que tens nas mãos o lindo devaneio teleológico do acaso do destino. Entremeio minhas aulas, ao ouvir professores falarem horas dos mesmos assuntos e depois eu dar aulas também aos meus pupilos, as tuas falas vêm reviver o meu ânimo. Ouvir de ti: “Sempre me surpreendo, não tem jeito… A forma em como demonstras o carinho que tens por mim é surreal de bom”, não há glória no mundo que me dê felicidade maior. Nessas horas, nem consigo me expressar o quanto me fazes bem… E, infelizmente, esse breve período magnífico em que nos falamos deve ceder à rotina, e um retorno, à medida de nossos tempos.

Quando estou retornando para casa, aquele bendito horário próximo da meia-noite, venho pensando: “Será que ela já chegou em casa? Será que chegou bem?”. Conheço bem que é tudo perto de onde tu moras, disseste-me mais de uma vez que os afazeres são ali pertinho, é só passar a praça e o outro lugar lá, umas 3 ruas antes, e estás de volta ao lar. Sei que falas para não me preocupar demais… Porém, o meu cuidado é um carinho por tua segurança, o mundo pode ser mais assustador do que imaginamos…Tomo um banho. Relaxo um pouco. Entre as águas que escorrem do chuveiro, fico a cantarolar aquelas canções das quais gostamos tanto. A minha preocupação ameniza. Depois, procuro algo para almoçar… Sei que irás “puxar minhas orelhas” novamente ao ler isto, dizendo-me veementemente que devo me cuidar mais, dormir melhor, me alimentar melhor… Perdoe-me, ó musa, tenho tentado, eu juro! É que há esses dias complicados… Planejo descansar. Só de listar o que tenho que resolver para os outros, meu sono se esvai… E tento resolver o que posso enquanto meu físico e mental aguentar, pois de manhã tem mais e não pode ser postergado.

Finalmente, em meio ao meu tormento, tu me apareces! Assim como as estrelas guiando nautas pelas intempéries do oceano noturno, tu, Minha Deusa do Mar, surges como uma luz radiante em minhas madrugadas escuras, conduzindo-me aos melhores sentimentos. Não sabes, mas quando hás de dar notícia, meu ser é arrebatado por uma alegria, animo… e um Amor único, que extirpa todo meu cansaço, preocupações e angústias adquiridas ao longo do dia, quiçá de anos… de solidão. Teu “oiee” vibrante parece-me sempre novo, sinto teu sorrir e teu falar comigo sempre novos, assim como o Sol é novo a cada dia. E apesar de sabermos os cotidianos de cada um, temos a dádiva gentil de perguntarmos um ao outro: “Como que foi o seu dia?!”. Narro, como sempre, entre sorrisos, meus acontecimentos do dia. Procuro dar aquele tom de humor para amenizar o relato, e até poético, pois tu me inspiras grandiosamente. E tu, como sempre, dizendo-me entre risos dóceis que “Ah, não aconteceu nada demais não… foi tudo normal!”, e em seguida me narra uma riqueza de experiências, reflexões, ideias, vivenciadas ao longo do dia que eu jamais imaginara vislumbrar. Por mais que já saibamos das coisas que fizemos, fazemos e faremos em nossos dias, no fim deles, sempre conhecemos mais um do outro e seus universos do que antes.

E então, pelas tantas da madrugada, após bons sorrisos, risadas, emoções, tristezas, alegrias, desesperanças, esperanças, motivações… e confidências de porto seguro a outro, vem a despedida. Hypnos quer levar-nos embora. Há vezes que até Morfeu ousa querer roubar-te de mim. Atrevido! Quando não é um, é o outro que começa a pedir desculpas pois precisa ir descansar. Oh, Angelus, tu me deixas cada “boa noite” lindo, poéticos, inspiradores… que não me sinto digno de retribuir-te algo tão belo, do mesmo patamar. Disseste-me certa vez: “Nossas conversas, sem dúvidas, são momentos únicos do meu dia! Falar contigo faz-me bem e ajuda-me a ser uma pessoa melhor, constantemente… Que tenhas um bom descanso e um belo dia inspirado!”. Oh, Minha Amada, teu amor é vida! Tu és a melhor vida… Como posso ser digno de tais palavras de carinho, banhadas pela doçura do sentir?!

Minha Confidente, o que somente posso confessar-te é a voz que ecoa em meu coração desde muito tempo: — Eu te amo! Tu és o maior presente da minha vida!

Das linhas que foram traçadas em meu viver, Tu, Angelus Nigrum, és a única que eu gostaria de ter ao meu lado para sempre. Tudo contigo é uma aventura, uma descoberta e redescoberta. A vida contigo é tão bela, indescritível, tal qual um pôr do sol praiano revigorando nosso ser. Não me imagino sem ti. Quero te amar como nunca amei ninguém, compartilhar o viver. Tomaste conta de todo o meu ser. Feito a Deusa Selene iluminando o céu noturno, para que a noite se inspire mais, assim é o teu sorriso para mim… Alva Primorosa que deixa para trás qualquer Beatrice, de algum Dante italiano…

Por mais que os fios do destino, que se enlaçam e se apartam no devir, tracem vias tortuosas e rompam com o nosso conviver, saiba que ao ver-te feliz também serei feliz. Rezo para que o Universo possa reservar para nós, quem sabe, a consagração desses cotidianos num só, nos portentos de nossos tempos… Espero-te em nossa nova manhã.

Se tivesses ideia do quanto me fazes bem, ó minha amada Angelus

Do seu poeta, Ezequiel Alcântara Soares.

São Gonçalo, 09 de agosto de 2023

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Ezequiel Alcantara

Olá, sejam todos bem vindos ao meu recanto poético! Me chamo Ezequiel Alcântara Soares, nasci em 28 de Julho de 2000 na cidade de Reriutaba no Ceará, onde me criei e vivi na comunidade de Riacho das Flores até o dia em que tive que deixar meu "torrão natal" e viver em São Gonçalo - RJ. Bem, sou apenas um ser humano, que foi se construindo ao longo do tempo, assim como uma colcha de retalhos, formado por luzes e trevas. Desde criança brilho o olhar pela poesia e pela escrita, com muito amor e carinho, o que resultou em cordéis publicados, participação em antologias poéticas e diversos escritos. Faço graduação em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e sou membro da União Brasileira de Trovadores (UBT) seção São Gonçalo. Este recanto visa apresentar poesias e textos que inspirem, através de minha poética, o mais nobre que há nos sentimentos humanos e que transcrevam, sutilmente, as estações do coração. Aproveitem! Que possamos amar profundamente, sejamos poesia!

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