Desabafos & DiscussõesLuiza Moura

Do fundo do bueiro à glória

Sou casada, tenho 49 anos, mãe de dois filhos, avó de um neto, mas minha vida de casada sempre foi de muita humilhação e luta. Esforcei-me durante 30 anos de casamento para ser uma dona-de-casa eficiente, uma esposa exemplar e uma boa mãe, mas o que recebi em troca sempre foram mentiras, ausência e traição. Embora, nunca tenha me acostumado com esta relação frívola entre mim e meu marido, fui levando até que os conflitos sentimentais e sexuais chegassem ao seu grau máximo do absurdo.

Nos últimos anos de relação nos magoamos tanto psicologicamente que já não existiam mais diálogos entre a gente, nos comunicávamos por intermédio dos nossos filhos, isso quando eles estavam em casa e quando não estavam, nós tomamos a posição errada de dialogarmos através de bilhetes espalhados pela casa. Então, colocávamos recados na geladeira, no espelho do banheiro, nos armários, guarda-roupa, por tudo quanto era canto. Nossa relação virou estúpida e patológica. Os recados eram recheados de insultos e xingamentos.

O pior de tudo é que o casamento era meu ganha-pão, por isso eu achava que não havia escapatória para mim, haja vista eu ter me anulado intelectualmente e profissionalmente, por todos estes anos, em função da família. Vivíamos como dois inimigos, mas na frente do nosso neto e dos amigos dourávamos com gotas de ouro a vida de infelicidade.

Pensei em entregar-me ao divã do psicanalista, mas como eu iria arcar com as despesas? Daí acidentalmente, por acaso, por obra do destino entreguei-me furiosamente aos estudos junto com o meu filho primogênito, que se preparava sozinho para o exame da OAB, nisso inscrevi-me de forma despretensiosa para o concurso de uma estatal, nível médio, para minha surpresa fui aprovada em 3° lugar, o salário é razoável, a minha posse já está confirmada e a papelada do divórcio já está pronta. A partir de agora, nada nem ninguém me fará sofrer de novo. Meu nome é Glória e esta é minha história.

Conselho da autora: 

Se a sua relação amorosa, conjugal, ou de amizade, ou seja ela qual for te deixar tensa, deprimida, triste, frustrada, te fazer renunciar sonhos, te impor mudanças que você discorda, te reprimir e diminuir sua autoestima, você precisa enfrentá-la e acabar com esta relação, porque o amor exige liberdade. Empodere-se!

(Este texto é de Fabiana Machado, advogada, escritora, professora, especialista em Filosofia Contemporânea pela UEFS, membro da Comissão da Mulher OAB-FSA, membro da Academia de Cultura da Bahia- ACB.)

Participe também dessa coluna! Envie o seu texto (de desabafo ou reflexão) para o e-mail lmsn_91@hotmail.com ou entre em contato pelo instagram @luiza.moura.ef. A sua voz precisa ser ouvida! Juntos temos mais força! Um grande abraço e sintam-se desde já acolhidos!

Luiza Moura.

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Luiza Moura

Luiza Moura de Souza Azevedo é de Feira de Santana. Enfermeira. Psicanalista e Hipnoterapeuta. Perita Judicial. Mestre em Psicologia e Intervenções em Saúde. Doutora Honoris Causa em Educação. PhD em Saúde Mental - Honoris Causa - IIBMRT - UDSLA (USA); Doutora Honoris Causa em Literatura pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Possui MBA em gestão de Pessoas e Liderança. Sexóloga; Especialista em Terapia de Casal: Abordagem Psicanalítica. Especialista em Saúde Pública. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Especialista em Perícias Forenses. Especialista em Enfermagem Forense. Compositora e Produtora Fonográfica. Com cursos de Francês e Inglês avançados e Espanhol intermediário. Imortal da Academia de Letras do Brasil/Suíça. Acadêmica do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires. Membro da Luminescence- Academia Francesa de Artes, letras e Cultura. Membro da Literarte- Associação Internacional de Escritores e Artistas. Publicou os livros: “A pequena Flor-de-Lis, o Beija-flor e o imenso amarElo” e "A Arte de Amar. Instagram: @luiza.moura.ef

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