Carina Lessa

Enquanto a casa não se organiza: o dedo e a luva

Fecharam as portas dos tradicionais teatros, cheiravam a velha ausência de políticas públicas. A observação veio sem muito pesar quando retornava do Jardim Botânico, o Tom Jobim reaberto com o Bicentenário somente para as atrações infanto-juvenis, a calma de verão passando com a tardinha a descansar. Chamaram a Galinha Pintadinha e o Galo Carijó para comandar a Trupe. A maldição do teatro se abateu com a encenação de “Doroteia”, acreditemos. Foram muitas noites sem dormir, viúva feia não dorme, não sonha e está condenada a negação do corpo. Desta feita, valeram-nos Rosa Maria Murtinho e Letícia Spiller em 2016. Parece roteiro de sessão da tarde, quando se assistia a “Os fantasmas se divertem”, Nelson Rodrigues no túmulo rindo horrores (com certeza de nervoso).

Perdoem-me, o capítulo é só este mesmo. Tudo e nada aconteceu em crise de apendicite. Espero que não lhes cause prejuízo na compreensão.

 

(Imagem disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/teatro-sombrio-holofote-lanterna-2601686/)

Mostrar mais

Carina Lessa

É ficcionista, poeta, ensaísta e crítica literária. É graduada em Letras, mestre e doutora em Literatura Brasileira pela UFRJ. Atua como professora de graduação e pós-graduação nos cursos de Letras e Pedagogia da Unesa. É membro da Associação de Linguística Aplicada do Brasil e da ABRALIC.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo