Texto: Nem te “conto”
Nem te “conto”
Olha, eu realmente não deveria contar para você. Pois então ao invés de me abrir e falar, eu vou lhe abrir e te entregar tudo. Na verdade meu lápis é quem vai te revelar quase que uma psicografia da história, pois como se fosse num passe de mágica, eu penso e o lápis te conta. Porque é sempre com você?! Porque sabes guardar segredo e ouve em silêncio. Como uma conversa de mentes entre o professor Xavier e Jean do X-man. Meu confessionário preferido. E mesmo que eu comece com a letra bem bonita e depois vá ficando estranha, para você não há problema, você me entende. E com o mesmo prazer que lhe confesso, penso ao final: De que vale esse manuscrito em segredo?! E nesse monólogo me respondo: Para mim, ora bolas! Ouvi dizer que escrever é exercício para memória! Saber que foi feliz ou que teve tristeza e se superou. Ver que um dia o que desejou é o que está vivendo. Porque com o tempo parece que os sonhos realizados ficam em segundo plano pois sempre temos novos sonhos. Eu sempre me perguntava se no dia que não estivesse mais nesse plano, se alguém me leria através de você. Mas com o tempo parei de me preocupar com isso. Eu mesma me contei daquela do passado para aquela presente; frente a páginas manchadas mas cheias de informação. Então me lembrei que escrevo não para mim mas por mim. E com tanta linha para preencher assim como caminhos da vida a seguir eu continuarei contando contigo e para ti. Aliás, o que eu ia te dizer mesmo?! Olha, nem te conto!
Josileine Pessoa Ferreira Gonçalves
Imagem: https://pixabay.com/images/id-794978/