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Suplemento Araçá – Vol.02 – nº04 – Out./2022 – Crônicas & Opiniões: “A SEMANA DE ARTE MODERNA E O GRANDE POETA MARIO DE ANDRADE” – Angela Moreira

ISSN: 2764.3751

A SEMANA DE ARTE MODERNA E O GRANDE POETA MARIO DE ANDRADE
Angela Moreira[1]

Quantos nomes poderíamos aqui citar ao recordar tão grandioso acontecimento que foi a Semana de Arte Moderna? Como não falar de Mário de Andrade, com a sua Paulicéia Desvairada, assombrando rostos por meio de tantos diagnósticos diferentes? A cara de São Paulo, as pessoas, o mundo, o crescimento da cidade apocalíptica, mas numerosa, destemida, incomparável.

Mário de Andrade ao construir seus próprios ideais mostra a mudança brusca de sua cidade, em Pauliceia Desvairada, onde havia perfume e beleza, lá surgem pedras gigantes que ocupam e transformam a natureza. Essa Antologia de Contos foi a primeira obra de Vanguarda do Movimento Modernista.
A Vanguarda Europeia foi a que trouxe o Futurismo, o Expressionismo, o Cubismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, diversos manifestos e revistas, cujas riquezas para a cultura do nosso Brasil se revelam hoje indiscutíveis.

É importante citar, entre tantas outras coisas, que Mário foi um estudioso do folclore, da etnografia e da cultura brasileira. Em 1928, publica o romance (rapsódia) “Macunaíma”, uma das grandes obras-primas da literatura brasileira, e que mais tarde se tornaria filme. Não posso deixar de reverenciá-lo, sem falar das suas palavras na famosa conferência “O Movimento Modernista” promovida pela Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1942, para dimensionar o acontecimento. Conforme:

“Manifestado especialmente pela arte, mas manchando também os costumes sociais e políticos, o movimento modernista foi o prenunciador, o preparador e por muitas partes o criador de um estado de espírito nacional. A transformação do mundo, com o enfraquecimento gradativo dos grandes impérios, com a prática europeia de novos ideais políticos, a rapidez dos transportes e mil e uma outras causas internacionais, bem como o desenvolvimento da consciência americana e brasileira, os progressos internos da técnica e da educação, impunham a criação de um espírito novo e exigiam a reverificação e mesmo a remodelação da Inteligência nacional. Isto foi o movimento modernista, de que a Semana de Arte Moderna ficou sendo o brado coletivo principal.”

Termino aqui a homenagem a esse marco que foi a Semana de Arte Moderna e ao grande Poeta e Escritor Mário de Andrade com algumas linhas do seu poema: “Ode ao burguês”

Ode ao burguês

“Eu insulto o burguês! O burguês – níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem- curva! O homem- nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco- a- pouco!

(Mário de Andrade – Poesias Completas)

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Fonte:

NICOLA, José. Literatura Brasileira das origens aos nossos dias. Editora Scipione- 4ª edição 1993.

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[1] Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Inglês, com Especialização em Língua portuguesa pela UERJ- São Gonçalo. Por seus trabalhos como poetisa, contista, contadora de histórias e trovadora já foi premiada na China, no México, e no Brasil. Participou de diversas antologias e publicou Um Pouco de cada coisa: Contos e Poesias e outros a caminho, além de duas peças teatrais.

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