Ellen Lessa

Filhos do fim

Filhos do fim

Alguns me designam artista,
Apenas um melancólico sou.
Ensanguentado de amarga sina
Velando com finos panos otimistas.

Hoje não! Perfuro! Arranco a alma!
Grito aos filhos e filhas do niilismo:
-Sigam-me, perdidos!
Pois aos malditos… esta é a calma

Deleitar-se do silêncio do fim,
Saborear o doce mel da deterioração.
Ah… a calmaria do nirvana,
Embriagar-me-ei sem moderação

Não necessitar do respirar,
Caminhar sem um chão.
Primogênito do visceral fim eu sou,
Revelarei a queda como ascensão!

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Fonte da imagem:

https://www.pexels.com/pt-br/foto/preto-e-branco-p-b-traje-fantasia-14162769/
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Ellen Lessa

Uma vez li uma frase da Clarice Lispector que me impactou: "Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever.". Como ser pensante me vejo escrevendo e poetisando até meu fim. Minha arte sempre estará viva, a poesia pulsa e carregarei com toda minha alegria essa dádiva. Então, muito prazer, sou Ellen, íntima, genuína e profunda. Bem vindos a uma parte de mim!

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