FOGO DE JUNHO
FOGO DE JUNHO
Por Elias Antunes
Narrado na primeira pessoa, o romance Fogo de Junho, de Ademir Luiz constrói uma crítica mordaz e irônica do Brasil e seus percursos e percalços.
Os dramas pessoais chocam-se com os dramas coletivos e há uma sequência bem dosada de referências sobre cultura, literatura, história, cinema, arte, educação etc.
Tem como pano de fundo as conhecidas Jornadas de Junho, as quais pareciam uma revolução vinda do povo, entretanto, desaguando em frustrações, enganos e desilusões.
Na pele do personagem central, a narrativa aponta para as críticas existenciais, ora sobressaindo o individual, ora o coletivo.
Traz uma narrativa veloz, de leitura agradável e prosa bem estruturada e bem escrita, resultando na conquista do prêmio Hugo de Carvalho Ramos.
Tão importante e atual, o romance consegue capturar as ideias e pensamentos do professor-narrador, assim como as ideias da coletividade.
As visões, muitas das vezes, distorcidas de uma realidade carregada de paradoxos, são enumeradas no percurso do romance.
Com referências diretas (ou indiretas) a outros grandes escritores, como Cortázar, Umberto Eco, Leminski, sua linguagem se mostra muito direta, muito destruidora, atual e eletrizante.
Romance imperdível!!!
Fonte da imagem: Foto do autor.