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Suplemento Araçá – Vol.02 – nº03 – Set./2022 – Artigos & Ensaios: “Um sonetista burlesco: Alfredo Silva” – Rui Aniceto Nascimento Fernandes

ISSN: 2764.3751

Um sonetista burlesco: Alfredo Silva
Rui Aniceto Nascimento Fernandes[1]

Há alguns anos visitei a casa do Dr. Miguel de Freitas Pereira, em Niterói, regularmente. O afamado bibliófilo havia morrido há pouco e a família encarregara Carlos Mônaco de vender a biblioteca, que ele formara durante sua vida. Acredito que fosse uma das maiores bibliotecas privadas de Niterói. Livros por todos os cômodos da casa, não é exagero! Ia à caça de livros de história, minha área de formação, mas também para alimentar minha coleção de obras fluminenses. Estabeleci como critérios da coleção obras de autores fluminenses, sobre temas/espaços fluminenses e/ou editadas no estado do Rio de Janeiro. Uma loucura, eu sei, mas que fazer? Loucuras de um colecionador.

Entre os achados, que de lá vieram, estavam quatro opúsculos de Alfredo Silva. O que me chamara atenção é que se tratava de um autor gonçalense que deixou registrado seu endereço em três, das quatro obras – pois nas folhas de guarda prensou um carimbo com nome e o local de residência –, uma rua de Santa Luzia. Todos os livros são de poesias. Trata-se da segunda e da terceira edição de Sonetos Burlescos e das primeiras edições de Sonetos e de Sonetos Burlescos – Complemento.

Só agora detive-me a ler com vagar esse autor. Nas obras que registram biografias de autores e personagens gonçalenses nada encontrei. Consultando o sábio dos sábios, o dr. Google, só encontrei referências em postagens de Antônio Cabral Filho, que transcreveu alguns de seus versos em suas web páginas, especialmente na revista virtual “Letras Gonçalenses”, já não mais atualizada[2]. Nesse sentido valho-me dos próprios livros para traçar alguns dados sobre o autor.

Alfredo Gouvêa da Silva nasceu em 09/02/1910, em Leopoldina, Minas Gerais. Seu pai, Hugo Corrêa da Silva, deixou a família quando o menino tinha apenas seis anos. Grande mágoa guardou o poeta de seu progenitor a quem dedicou o “Versos a um mau pai[3]. De sua mãe, Eulina Gouvêa da Silva, guardava carinho e admiração tendo também lhe dedicado um de seus sonetos, “A minha mãe”[4]. Ainda na infância empregou-se no comércio para ajudar no sustento da casa. Em momento indefinido transferiu-se para Niterói, empregando-se como “inspetor de seguros” – atividade pela qual se aposentou – levando-o a viagens constantes travando contato com possíveis clientes. Uma de suas estratégias comerciais era a recitação de seus poemas satíricos. “Eu nunca me envergonhei de minha poesia livre, porque foi com ela que eu, como inspetor de seguros, costumava ganhar o pão de cada dia, distraindo a minha clientela, quase sempre de milionários e potentados, pelos rincões longínquos desse imenso Brasil”. Afirmava também que seus sonetos eram a única forma de perpetuação de sua memória: “os meus sonetos, bons ou maus, são a única coisa que ficará da minha passagem pela vida”. Sua poesia encontraria como espaço de consagração “não nas academias literárias ou nas antologias nacionais, mas nas boates e nos imensuráveis botequins desse vasto Brasil”.

Criar e declamar seus sonetos parecem ter sido uma das únicas ações em que se realizava. “As horas que lhes dediquei são, pois, as únicas que talvez não tenham sido perdidas”. Os textos introdutórios dos livretos e os seus sonetos afirmam que Alfredo Silva tivera uma vida dura e solitária, que lhe amargurava ao final de sua existência. Seus primeiros livros foram publicados quando o autor contava com 74 anos e os considerava obra da velhice que tinham “para mim o sabor da retirada de uma luta longa e dura, da qual só me restam dolorosas recordações”. Onze anos depois do lançamento do primeiro livro, em Alfredo Silva faleceu, em 19/12/1995.

Seus livros teriam sido uma iniciativa de “Os colecionadores”, que assinam os prefácios e justificam suas iniciativas afirmando que “os referidos sonetos foram coligidos por admiradores da poesia burlesca de Alfredo Silva, que os mandaram imprimir para seu uso exclusivo”. Estes amigos afirmavam, no prefácio da segunda edição, que o autor, então aposentado, “leva vida segregada. Espoliado pela Previdência Social, vive o poeta num bairro pobre de São Gonçalo, onde possui, todavia, uma das maiores bibliotecas particulares do antigo Estado do Rio de Janeiro”. Biblioteca esta mencionada como, com indisfarçado orgulho, sua única companhia de velhice, no soneto “Soledade”: “Desconhecem, porém os circunstantes/dez mil livros que guardo nas estantes,/Tendo colóquio quase que diário”.

A primeira edição do livro Sonetos burlescos, não localizada, provavelmente foi publicada em 1983 ou em janeiro de 1984[5]. Seguiram-se duas edições, em 1984, aumentadas. Justificava-se as novas edições como necessárias para “atender a procura”, “o recurso foi imprimir novamente o livrinho, ao qual foram incluídos mais alguns sonetos”. Em 1987, Alfredo Silva fez uma edição artesanal, em fotocópia, de um “complemento” pois “tenho observado que os Colecionadores deixaram de incluir alguns sonetos no meu livro ‘Sonetos burlescos’. Juntei-os, assim, neste ‘Complemento’ para que possam constar da próxima edição do livro”. Os “Sonetos”, de 1986, seriam uma versão “light” de seus sonetos para “que possam ser lidos por pessoas a quem repugna a linguagem desabrida usada naquele meu livro”. Isso pois era amante do uso de xingamentos assim como de palavras consideradas, por puristas, como indecorosas. Afirmava que seus sonetos “são livres apenas no que diz respeito ao uso de palavrões, que não ofendem a moral de ninguém, o palavrão pode ser, quando muito, antiestético, deselegante e grosseiro, mas não chega a ser imoral”.

Nas quatro obras, ao todo foram publicados 48 sonetos. Deste conjunto a grande maioria seria denominada, pelo autor, como burlescos.

Não há consenso sobre o local onde teria surgido o soneto. Sicília e Provença disputam sua origem. No entanto é consensual que esse gênero foi criado em princípios do século XIII e que os italianos foram os definidores de sua estrutura. Trata-se de uma pequena composição poética constituída de 14 versos, agrupados em dois quartetos e dois tercetos, ou seja, respectivamente dois conjuntos de 4 e de 3 versos. O número de sílabas é variável, sendo o mais frequente o decassílabo. O último verso, chamado chave de ouro detém a ideia principal do poema ou deve concluí-lo de maneira a encantar ou surpreender o leitor.

Quanto ao burlesco, o termo é proveniente do latim burrula, que quer dizer brincadeira, burla, farsa. Enquanto gênero literário surgiu como uma paródia dos textos clássicos, de assuntos sérios, tratados de forma zombeteira, usando termos visando ridicularizar o assunto. A palavra burlesco surgiu pela primeira vez, na Itália, no século XVI em uma ópera, difundindo-se por toda a Europa. De maneira geral, trata-se de produções que pretendem ridicularizar um personagem, instituição, escola, costumes, valores, muitas vezes com uma visão de crítica da realidade social. Tem como objetivo a diversão do público. O autor burlesco se contrapõe ao sistema de valores vigentes defendendo “antivalores” dos quais seria signatário. Este gênero segue o princípio barroco do mundo às avessas. Ao exaltar a inversão da realidade demonstra um grande conhecimento dos valores e das regras que critica.

Alfredo Silva tributa a Lili Leitão sua filiação ao gênero. O sonetista afirmou que a publicação do seu primeiro livro lhe permitia “a oportunidade para prestar uma homenagem póstuma a Luís Leitão, genial mestre da poesia burlesca” e conclui seu texto introdutório transcrevendo o soneto “Caralho” e dizendo que a “homenagem não é só um preito de admiração, mas até de gratidão, pois com o referido soneto, conseguiu adquirir interessantes amizades, durante o curso da minha itinerante vida profissional, tendo frequentemente, de repeti-lo várias vezes, tal o entusiasmo que suscitava no auditório das boates, clubes e botequins pelos confins dessa nossa pátria imensa”.

Luís Antônio Gondim Leitão, mais conhecido como Lili Leitão, era dez anos mais velho que Alfredo Silva, tendo nascido em Niterói, em 25/01/1890. Intentou ingressar em uma das faculdades da antiga capital do país, mas, como não logrou êxito, integrou-se à imprensa periódica da capital fluminense publicando seus trabalhos literários. Em 1911 obteve colocação no serviço público, passando a trabalhar na Prefeitura de Niterói aposentando-se por invalidez (04/04) poucos meses antes de sua morte, em 15/06/1936. Poeta repentista e humorista, escreveu várias peças teatrais que caíram no gosto do público niteroiense. Em 1926 publicou seu celebrado Vida Apertada, contendo 32 poemas humorísticos. É possível que Caralho fosse um dos sonetos constantes no livro Comidas bravas, que teria editado com o pseudônimo Armando Prazeres. Teria sido uma edição reduzida e distribuída aos amigos. Não encontramos essa obra em nenhuma das bibliotecas de Niterói e nem mesmo nas coleções de alguns bibliófilos do antigo Estado do Rio. Teria Alfredo Silva sido um dos agraciados com um dos exemplares desta obra perdida? É possível. Não se sabe a data em que Alfredo Silva teria se transferido, com sua mãe para Niterói. Se este fato ocorreu entre seus quinze e vinte anos isso teria sido por volta de 1925 ou 1930. Pode ser que o jovem Alfredo Silva tivesse sido um dos companheiros de Lili Leitão nos festejos momescos – este editava um jornal anual, O Almofadinha, para arrecadar fundos com os anúncios, para brincar o carnaval – ou frequentador esporádico da Roda do Café Paris – afamada roda de literários boêmios da Niterói entre finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX.

Apesar de afirmar que não buscava reconhecimento dos literatos acadêmicos mantinha contatos intelectuais fluminenses e de outros estados[6].

O soneto O amor do velho transviado foi dedicado a Jacy Pacheco. Rubens Falcão avaliava positivamente sua produção: “O sr. cultiva o humorismo e com essa orientação tem produzido bons versos. Gosto muito dos que me envia”. Ambos eram ativos intelectuais do antigo estado do Rio de Janeiro e membros das academias de letras sediadas em Niterói. Teve ao menos dois sonetos publicados por João Rodrigues de Oliveira que mantinha uma coluna no jornal O Fluminense, sob o pseudônimo de B. do Hino, Califa de Pendotiba: Aptidão matemática e A vida sem Deus.[7]

Além dos círculos fluminenses o autor divulgava seus sonetos entre escritores de outras partes do país e recebeu críticas valorativas de Vasco José Taborada, presidente da Academia Paranaense de Letras; José Mendonça Teles, presidente da Academia Goiana de Letras; Tito Filho, presidente da Academia Piauiense de Letras; de Itassusa Avena de Oliveira, diretora geral da UNIVALE; e de seu conterrâneo Juscelino Kubitschek a quem dedicou dois poemas “Juscelino Kubitschek e seu governo” e “A águia proscrita”, além de citá-lo no soneto “Nossos maiores vultos”. Assim teria se expresso o ex-presidente sobre seus versos: “seus poemas fizeram a minha alegria deste fim de semana. Além da graça, da ironia, a leveza suave da expressão. Gostei de todos eles, realmente admiráveis”.

Os críticos literários poderão fazer melhor juízo das características estilísticas dos sonetos do que o autor deste texto. No geral seus versos abordam suas experiências pessoais/familiares; os valores morais da sociedade, especialmente o olhar sobre a velhice; e o contexto socioeconômico do país. Experiências tão corriqueiras, mas tão marcantes comuns a tantos que as manifestam de variadas formas. Alfredo Silva escolheu os sonetos burlescos como forma de expressão de suas ideias e que se perpetuaram por seus singelos opúsculos.

 

Coletânea de sonetos

 

Versos a um mau pai

 

Queria, há muito, dedicar-te uma poesia,

E ei-la aqui, meu pai, meu pobre pai velhinho,

E, dessa forma, censurar sem cortesia,

O teu procedimento irregular, mesquinho.

 

Um belo poema, certamente, eu te faria,

Se tu tivesses orientado o meu caminho,

Faço-o, pois, na linguagem chã que eu aprendia,

Na luta pela vida, a debater sozinho

 

Tu foste muito mau, criei-me no abandono,

Como um órfão de pai ou como um cão sem dono,

Enquanto tu vagavas, como um cão vadio.

 

Teu caráter foi mau, teu proceder imundo,

Foste o maior “filho-da-puta” deste mundo,

E agora deves ir pra “puta-que-o-pariu”

À minha mãe

 

Quisera eu ter de Goethe o gênio que fascina,

Para através dos tempos imortalizar-te,

E o exemplo sem par de mãe quase divina,

Servisse a outras mães de guia e de estandarte.

 

Embora sendo bom, Deus tudo predestina,

E, no que toca ao gênio, pôs-me sempre à parte,

Negando-me o talento, transformou-me a sina,

Baldando-me o desejo de glorificar-te.

 

Mãe, não terás, pois quem te exalte as qualidades,

Resta-me, apenas, mitigar tuas saudades,

Até meus breves dias chegarem à extinção.

 

Enquanto isso tardar, render-te-ei meu preito,

Estará sempre tua lembrança no meu peito,

Enquanto vida tiver nele o coração.

 

 

Cousas da velhice decrépita

 

Há “caras” cujo “hobby” é acumular

Livros, de que mal lêem as capas e os costados

E há, por aí, velhos senis que são casados

Com garotinhas novas a desabrochar.

 

Esses sujeitos, no meu modo de pensar,

Deviam, a rigor, ser presos e julgados,

Pois retirar, em vão, artigos dos mercados

É crime contra a economia popular.

 

Esses “caras” cretinos das bibliotecas

E esses velhos “gagás” casados com bonecas

Tem um procedimento, enfim, que se aproxima,

 

Já não trepam, nem sabem ler, essa é a verdade,

Retêm o “material” somente por vaidade,

São os tais que nem fodem e nem saem de cima.

Aos velhos

 

Há quem tenha a velhice no melhor conceito,

Tendo por ela grande estima e grande amor,

Merecedora, pois de especial respeito,

De consideração até. Veja que horror!

 

Sinto muito, mas não, não penso desse jeito

E tenho pelos velhos o maior rancor,

São ruins quase sempre e cheios de respeito

E inspiram-me, por isso, muito mau humor.

 

No entanto, essa maldade é coisa natural,

Pois que é um fenômeno de fundo sexual

E eis a razão por que os velhos são escrotos:

 

É que nós temos sempre que foder alguém

E  todo velho que não fode mais ninguém,

Dá é para foder o espírito dos outros.

 

Mal secreto

 

Se o estado em que a cona se apresenta,

Pela expressão do rosto se notasse,

Quanta babaca suja e fedorenta

O semblante talvez nos revelasse.

 

Se a gonorreia cruel e purulenta

Deixasse algum vestígio pela face,

Quanta dona, afinal, que inda nos tenta,

Então piedade e nojo nos causasse.

 

“Quanta moça que usa bons extratos

Tem os pentelhos roídos pelos chatos

E a babaca a feder engalicada”.

 

Quanta moça que diz que inda é donzela

Traz a vagina cheia de mazela

E aos trouxas parece não ter nada.

A Santa Instituição do matrimônio

 

Eu conheci uma mulher casada,

E conheci também o seu marido,

Ela era o tipo da mulher safada

E ele o tipo do corno convencido.

 

O casamento é uma lei sagrada,

Patrocinada pelo deus Cupido

E ultrajar essa lei imaculada

É obra de canalha e de bandido

 

Se você, pois, souber de alguma dona,

Cuja reputação, ninguém abona

Siga os princípios que a moral aponta.

 

Fuja dessa mulher, desse demônio,

Respeite a santa lei do matrimônio,

“E deixe essa mulher por minha conta”.

 

 

O saco de caralhos

 

“Seu” Romeu, broxa e de cabelos já grisalhos,

E Da. Rita, esposa jovem, bem tratada,

Pra conseguir, às vezes, dar uma trepada,

Levavam, quase sempre, horas de trabalhos.

 

E certa noite, com seus nervos já em frangalhos,

A Da. Rita adormeceu muito irritada,

Era-lhe tanta a tesão que, meio alucinada,

Sonhou ter visto um saco cheio de caralhos.

 

Tinha “perus” de todos tipos e feitios,

Grossos e finos, grandes, rijos e macios,

Ou duros, como “pau” de bode ou de macaco.

 

Perguntou-lhe Romeu: “Não viste o meu ali”?

“Vi sim, Romeu, foi o primeiro até que eu vi,

Servindo de barbante, a amarrar o saco”.

 

 

O olfato do padre José

 

Padre José, em programa de Tevê,

Dizia o nome do objeto pelo cheiro,

E quanto mais crescia o prêmio em dinheiro,

Mais desejavam derrubá-lo, já se vê.

 

Perfumes do Japão, azeite de dendê,

Tentaram tudo, desde o óleo de pinheiro,

E a morrinha do estrume do chiqueiro,

Até o cheiro horrível do caxinguelê.

 

Roçando um lenço na babaca da Margô,

Uma mulata muito linda da Gamboa,

Assim quiseram derrubar Padre José.

 

Mas ele, conhecendo o artigo, declarou:

“É cheiro de mulata nova e muito boa

E, digo mais, lá da paróquia ela não é”.

 

Brasil atual

 

Em Pernambuco há o roubo da mandioca,

No cacau da Bahia o roubo polonês,

Os roubos em São Paulo diários da Moca,

No Rio, mais de mil assaltos cada mês.

 

Enquanto o trocador tapeia o carioca,

Roubo o comércio sempre o infeliz freguês

E enquanto que o País inteiro anda à matroca

Rouba o Governo todo mundo de uma vez.

 

E o dinheiro mandado agora ao nordestino,

Será que chega integralmente ao seu destino? (1)

Que fique o Presidente, pois, bem avisado:

 

Se há patentes altas nessa roubalheira,

Pois se, de fato, há generais nessa sujeira,

Prova que está o roubo “generalizado”.

 

(1) Efetivamente, ao que consta, nem a metade do dinheiro chegou às mãos dos flagelados do Nordeste.

“Ricordanza” de outros tempos

 

O vil capitalismo americano

Furtava as moedas que o Brasil ganhava;

O Getulinho, então, desesperava,

Vendo que a gente entrava pelo cano.

 

Hoje, porém, percebo o grande engano.

Seria o americano que roubava?

Outra raça, talvez, latina, eslava,

Talvez fosse o judeu, o lusitano.

 

Certamente, era outra camarilha.

Se eles roubaram, nós também roubamos;

Qualquer deles merece ter perdão.

 

“Furtaram só a moeda e ouro que brilha”,

Mas nós furtamos mais. Assimilamos

Sua cultura e civilização.

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Bibliografia:

EIGENHEER, Emílio Maciel; FERNANDES, Maria José da Silva. Café Paris. Os precursores. Niterói: Novas Ideias, 2014.

_____. Lourenço de Araújo. Poeta, boêmio. Notas sobre o Café Paris, o Cenáculo Fluminense de História e Letras e a Revista Noite e Dia. Rio de Janeiro: In-fólio, 2010.

GALUCHO, Isabel. Burlesco. 24/12/2009. In: E-Dicionário de Termos Literários de Carlos Ceia. Disponível em https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/burlesco/ Acessado em 26/04/2020.

LEITÃO, Luiz. Vida apertada. Sonetos humorísticos. Niterói: Casa Campanera, 1926.

_____. Vida apertada. Sonetos humorísticos. 2ª ed. Niterói: Nitpress, 2009

PIMENTEL, Luís Antônio. Luiz Antônio Gondim Leitão. In: _____. Enciclopédia de Niterói. Niterói: Niterói Livros, 2004. Obras Reunidas. Vol. 1. p. 92-93.

SILVA, Alfredo. Sonetos burlescos. Para uso exclusivo dos colecionadores. 2ª ed. S/l: s/n., 1984.

_____. Sonetos burlescos. Para uso exclusivo dos colecionadores. 3ª ed. S/l: s/n., 1984.

_____. Sonetos. S/l: s/n., 1986.

_____. Sonetos burlescos. Complemento. S/l: s/n., 1987.

SILVA, Salvador Mata e. Bibliografia de autores gonçalenses. Niterói: Gráfica Eletrônica Ltda., 1987.

_____. Gonçalenses adotivos. Rio de Janeiro: Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1996.

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[1] Professor do Departamento de Ciências Humanas da FFP/UERJ. Doutor em História Social da Cultura pela PUC-RJ. Coordenador Acadêmico do Memorial da Igreja Matriz de São Gonçalo. Membro do Conselho curador do Museu da Imigração da Ilha das Flores. Conselheiro Municipal de Cultura de São Gonçalo (2019-2021).

[2] Antônio Cabral Filho. Alfredo Silva. Sonetos burlescos. 04/02/2015. In: Letras Gonçaleses. A revista virtual Letras Gonçalenses divulga a literatura gonçalense, nativa e adotiva. Disponível em https://letrasgoncalenses.blogspot.com/2015/02/alfredo-silva-sonetos-burlescos-antonio.html  Acessado em 25/04/2020. O mesmo autor transcreveu um de seus versos em uma postagem de 01/04/2014 e o menciona em um artigo de 10/06/2014, respectivamente disponíveis nos sites: , http://toto136.blogspot.com/2014_04_01_archive.html?m=0 e http://1acf13.blogspot.com/2014/07/luiz-leitao-poesia-burlesca-antonio.html Acesso em 25/04/2020.

[3] As citações encontram-se nos prefácios dos livros de Alfredo Silva.

[4] Os nomes de seus pais foram obtidos a partir da consulta ao atestado de óbito de Alfredo Silva. Constante no site Family Search. Cf. Registro de óbito de Alfredo Gouvêa da Silva. 20/12/1995. Livro de óbitos. 1995/Agosto 1997. Cartório do 3º Distrito de São Gonçalo.

[5] Assim acredito, pois o autografo do autor para o Dr. Miguel de Freitas Pereira, no meu exemplar da segunda edição do livro, está datado de 22/02/1984.

[6] A exceção das informações sobre a coluna de João Rodrigues de Oliveira, as demais citações estão em um recorte afixado na contracapa da terceira edição de Sonetos burlescos.

[7] Publicados nas edições de 01/07/1987 (p. 12) e 16-17/08/1987 (p. 15).

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