Renato Amaral

Crônica Mapa do Tesouro

Imagem de anncapictures por Pixabay

 

Quando criança, eu nutria em meu imaginário o sonho de achar um mapa do tesouro e com ele em mãos sair em busca de ouro e joias enterrados. Muitos filmes de aventura na época ajudaram nessa fantasia infantil de ficar milionário, como por exemplo, o primeiro filme do Indiana Jones e também o filme chamado Os Goonies, que foi estrelado por crianças na minha faixa-etária, onde o mote era a descoberta de um navio pirata repleto de tesouro. Entretanto com o passar do tempo e a chegada da adolescência essas fantasias deram lugar a outras fantasias e atividades que foram ocupando minha mente. Deixando na infância essa e outras inocências.

Lá pelos meus dez ou onze anos passei a me interessar pelos livros que havia em profusão em minha casa. Uma vez mordido pelo bicho que transmite o vírus da Literatura, não mais parei de ler. Mesmo que houvesse algum hiato por qualquer motivo, logo me debruçava em alguma obra que me chamasse à atenção. A mistura de leitura com uma mente inquieta resulta na grande necessidade de expulsar letras, palavras, frases e pensamentos para o papel. Assim nasce o escritor, que busca expressar seu sentimento e seu imaginário conforme tantos outros que comungam da mesma manifestação libertária.

O tempo passou e ao casar e sair da casa de meus pais tornei-me o fiel depositário dos livros que eles haviam acumulado ao longo do tempo. Prometi-lhes zelar e cuidá-los com todo carinho. Com isso, fui durante esses anos adquirindo mais e mais, porque livros, nunca é suficiente.

Hoje com estantes abarrotadas de livros percebo que tenho um tesouro outrora desejado. Não há como mensurar o quão valioso esse tesouro possa custar, pois me são caros. O meu hábito pela leitura nasceu pelo incentivo e pelo acesso aos livros no seio familiar, por isso tenho gratidão eterna aos meus pais que antes de mim também foram ávidos leitores. Sei que sou um privilegiado nesse sentido, pois raras pessoas podem encontrar um mapa do tesouro e ter acesso a tantas joias assim como aconteceu comigo. A riqueza que os livros me trouxeram não há dinheiro no mundo que pague, as viagens que me proporcionaram não há ouro que substitua, e o prazer da leitura na há diamante que se aquilate.

Os livros me livraram da escuridão!

 

Por Renatto D’Euthymio

Instagram: @renattodeuthymio

Mostrar mais

Renatto D'Euthymio

Renatto D'Euthymio, carioca de Santa Tereza, dividindo residência entre São Gonçalo - RJ e a pacata e inspiradora, São José do Calçado no Estado do Espírito Santo. Estudante Rosacruz, técnico em Radiologia, flamenguista fanático e apaixonado pelas filhas Rannya e Rayanne. Cultiva desde criança uma paixão pelos livros e seus gênios. Autor do livro de poemas Solilóquio Antes e Depois da Forca (2020) e do livro de humor O Tabloide Jocoso (2021). Premiado em dezenas de concursos literários (Poesia, Crônica, Conto e Microconto), e publicado em Antologias e Coletâneas. É tão ligado à Literatura que de vez em quando não se contém e atreve-se a rabiscar algumas linhas.

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo