Vejo pombos voando na janela.
Esta vida me trata sem herói,
Sem gentileza, brisa sentinela,
Curta história no chão com fartos nós.
A fotografia acima foi tirada por mim no dia 16 de junho quando tomei a primeira dose da vacina Astrazeneca. O Hospital Raphael de Paula Souza foi fundado na década de 1950 com o objetivo de atender pacientes tuberculosos. O antigo “Conjunto Sanatorial da Curicica”, hoje, é conhecido por aqui como hospital dos gatos – há vários moradores de comportamentos imprevisíveis. A assertiva parece simples, mas não é. Em tempos de pandemia, saltou-me o riso quando por lá estive em visita, malgrado o hábito intempestivo de adoração incondicional à classe atribuída ao animal. Digo isso porque na minha casa sempre acolhemos a todos: jabutis, hamsters, calopsitas, galinhas, coelhos, porquinhos-da-índia, cachorros vira-latas e por aí vai muita narrativa… O fato é que o médico sanitarista e religioso, que deu nome ao hospital, tem a sonoridade da voz no próprio nome: Raphael também pode ser o arcanjo, deus de todas as curas.
A crônica é esta mesmo, sem o menor multiperspectivismo. Coisas da contemporaneidade…
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Fonte da imagem: arquivo pessoal da autora
