Livro: “O tempo não reprisa a vida”, de Zé Salvador
Do Brasil para o Brasil, veio o cearense para o Rio de Janeiro, a passeio, diga-se de passagem.
Veio conhecer, se encantou, tentou e ficou. Trouxe na bagagem a vida do menino que se cansou muito cedo, quando o corpo não dava conta da rotina, mas que a alma se admirava do que via e ouvia. Pelejou muito cedo para aprender o que deveria e o que não deveria, às vezes confundindo um com outro, mas sobreviver é necessário e ele fez isso muito bem. Fez família, fez casa, moradia e conquistou o lar.
Com mais pelejas diárias até hoje, não combateu nas feiras, onde o encanto começou, onde os repentistas se amontoavam apresentando suas armas, suas vitórias e o suor. Zé combateu, mas não combateu nas feiras, não senhor. O combate das rimasse deu de outro modo, pois não imaginava um dia ser cordelista.
O que presenciamos em suas rimas são aventuras, propósitos de vida, esperanças de dias melhores, são batalhas da vida, o amor revelado e o desejo contido.
O Zé nos oferece palavras doces e amargas, evaporadas de seus pensamentos e decantadas nas folhas dos livrinhos. Estes, tão grandes que são, transbordam na necessidade de sem reproduzirem infinitamente, são tantos que se a gente parar para contar, vai ter que parar.
A arte do Zé é, em todas as instâncias, um conjunto de argumentos que se achegam em sua mente e gentilmente ele escreve, escreve e apresenta, e lê, rápidos em sua voz ansiosa, com métrica científica, com cuidado que daqui por diante vamos conhecer em “o tempo não reprisa a vida”.
O que pode ser mais íntimo da alma se não o corpo? Como vemos em “Imagine-se fragrâncias espalhadas noutras vidas, alfazemas de crianças, nos ambientes sentidas. Se imagine infância, inocências repartidas”. Nossas mãos deixam escapar a pureza que trazemos desde o berço e que se dissolve sem nos darmos conta.
Em “Uma criança sorrindo vai diluir facilmente, – se você sorrir também – o estresse que você sente. Pois este gesto gentil, se adulto ou infantil tem resultado urgente. “ Aqui a pressa, nossa inimiga, solta sobre nós um desespero que a idade esconde e que insiste em nos conduzir.
Nossa redenção se expressa na fé, na busca por um sopro divino em “No fim do túnel, a luz, não é simples lamparina! Olhando com fé me pus, nela enxerguei luz divina. “ E continua a jornada, do nordestino, do brasileiro, do ser humano em cada um de nós que o Zé se coloca assim “Se têm males concorrentes produza então endorfinas expressando uma alegria com um sorriso…”
Este livro não tem início, nem meio e nem fim, não tem medidas, métrica exata para enquadrar os sentimentos. Este livro em propósito, tem significados e sujeitos, cada um de nós.
João Vinicius Rabe
Psicólogo
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Folha Branca
Em cada folha branca que se escreve,
na prática, tendo seu gesto sublime,
ousado, adentra-se quando se atreve
ferir leve, esta alvura onde se exprime!
…E grita a minha voz mais uma vez.
E mais uma vez grita a minha voz,
aflita procurando por vocês…
– Voz, quem são “esses” vocês? – Somos nós!
– Os mesmos “nós”, d’alguns tempos atrás,
que nos diziam, pra seguir a dois.
Veio agora mostrar com seus anais
o acerto da certeza, bem depois!
E pra nós, nos repete, aquela voz:
– Vocês, são os antigos “nós”, depois
da convivência, e de luta atroz,
que o costume amor, volta a ser a dois.
Passa uma nuvem sem voltar atrás,
pagina o tempo folhas após folhas;
inda que diante para trás, se faz,
e nos faz ver que não se vive em bolhas.
Repete sobre o tempo aquela voz:
– O tempo foi contigo, meu amigo,
neste sempre, o seu sempre grande algoz;
traz a morte que serve como abrigo.
Zé Salvador.
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