Michelle Carvalho

Desejos para o mundo…

 

 

Desejo amor

Aquele amor que faz cafuné e agasalha

Aquele que chega e se espalha

Fazendo um mundo dentro de mim…

 

Desejo que enfim

O melhor de mim

Esteja também no melhor pro outro

Na empatia e no broto

Da flor de todo jardim

 

Desejo pro mundo

O acolhimento de quem colhe fruta do pé

Mesmo sem dizer qual é

Mas vindo doce

O doce da vida

Que deixa a alma com a felicidade

De criança satisfeita dormindo em paz…

(Michelle Carvalho)

 

 

Sabe aqueles desejos que a gente tem lá no fundinho do ser, e que imagina que nunca serão reais?

Quais são os seus?

Eu queria um mundo com mais equidade, onde houvesse empatia, justiça e paz…

Um mundo no qual os assuntos importantes fossem tratados com a devida relevância e sem subterfúgios.

Desejo que não precisemos ser rasos por medo de ferir algum lugar de dor de alguém e que não fôssemos bradadores de “verdades absolutas” as quais não são de todos.

Queria os pratos da balança em equiparação, sem mentes inferiorizadas e mentes gritantes.

Ahhh! Se a alegria da simplicidade fosse real e não tida como algum absurdo ou afronta aos que não enxergam a beleza do ser e só vislumbram o ter. Quem dera um olhar não tivesse outra conotação que não fosse ver, e o elogio a um amigo ou parente não fosse recebido de outra forma por não saberem recepcionar um carinho. Queria que as conversas não fossem levadas para o lado da política ou de polarizações intermináveis que desgastam e destroem as relações.

Não sabemos o lugar das dores de cada pessoa, por isso deveríamos agir com bom senso em todos os momentos, bem como usarmos a empatia como regra de vida.

Deveríamos sufocar as frases que são nitidamente discriminatórias e desnecessárias, tais como agressões, opressões, atitudes visivelmente ofensivas. Embora saibamos que não é possível saber o que se passa nas dores internas de cada um, e que por isso, possivelmente em algum momento possamos atingir fragilidades desconhecidas; que saibamos agir com caridade em tais momentos, conversando, pontuando, aprendendo sempre, com atitude de respeito e nunca de brutalidade e agressividade para com quem pensa diferente.

Se o ponto crucial é combater as injustiças que foram e são realizadas na sociedade através dos tempos, combata-as com atitudes reformuladoras e não violentas.

Todos nós estamos repletos de histórias, retalhos, fragilidades e, mesmo com intimidade para conhecer as pessoas, não temos passe livre para cutucar suas feridas, muito pelo contrário, devemos nos pautar no saber destas chagas para não ataca-los com palavras desnecessárias, mas também saibamos que muitas vezes, ainda assim, podemos tocar em um local de dor ainda não reconhecido, e nem por isso devemos ser enxovalhados por tal atitude, por não sabermos tudo que se passa dentro do outro.

Estamos adoecendo por falar demais ou calar demais!

Em ambos os casos não estamos falando o suficiente para sermos ouvidos ou não estamos sabendo ouvir o suficiente para sabermos o momento certo de calar e de falar… nos falta o discernimento e a sabedoria do equilíbrio.

Neste mundo desregrado, onde todos querem falar, quando silenciamos para ouvir, acabamos escutando o lado cacofônico das meias palavras sem nos atermos a frase completa, ao que foi dito, causando ainda mais tumulto existencial.

Todos gritam! Alguns pra impor, outros pra mostrar a dor e o embate se perfaz por falta de acolhimento e muito julgamento.

Conversemos sem ridicularização, sem humilhação, sem julgamentos por palavras e olhares. Usemos falas seguras, saudáveis porque de violência e medo já basta o mundo que nos sufoca!

 

Michelle Carvalho

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Michelle Carvalho

Biografia: Advogada, Escritora desde os 13 anos, com participação em inúmeras antologias literárias e premiações no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ganhadora do Premio Baixada de Literatura em 2014. Lançou 4 livros: “Furor Letárgico da Alma” (2009), “Versos de Princesa Prometida” (2015 – na 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro) e “Cindy Entre Patas e Reinos” (2018) e Cindy Entre Patas e Reinos 2 (2019 – 19ª Bienal Internacional do do Livro do Rio de Janeiro) , estes dois últimos projetos de leitura na Cidade das Artes/RJ, em várias escolas nacionais e internacionais. Além de diversas participações em projetos culturais literários em escolas com palestras motivacionais, intervenções literárias e poéticas em saraus, sendo o último deles o Programão Carioca da Rede Globo no ano de 2018, Participação na FLIM e FLISGO no ano de 2019, bem como posse na ACLAM – Academia de Ciências, Letras e Artes de Magé.

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