Marcos Pereira

FOME

Palavra inventada pelos gregos na era clássica, tem como referência à criação e educação de um bom cidadão. Em paralelo, podemos dizer que a fome é a escassez de proventos necessários para a sustentação do ser humano na sociedade, onde está sustentação, é a leitura não só da questão alimentar, mas também das questões sociais.

A fome está incrustada nas classes mais desprovidas de todos os direitos humanos, pois como sempre, a evolução de uma nação para alguns políticos se faz através das necessidades dos muitos cidadãos que se encontram em absoluto estado de submissão.

É muito fácil identificarmos quem são esses seres humanos. Basta circularmos pelos bairros mais carentes de qualquer cidade brasileira, onde a escassez de moradia, saneamento, educação e emprego é visível a olho nu.

Através dos tempos, esta classe desprovida de qualquer leitura social, foi alimentada pela concordância da ausência dos seus direitos, e hoje, alcançamos o topo de uma alienação inconfundível, onde a pobreza está abarcada nas áreas fisiológica, social, específica e emocional.

É triste conciliar este tipo de corte num país onde a produção agrícola atinge números expressivos, pois não possuímos leis que possam garantir o bem estar da população. A mídia destaca a revolução dos campos, mas esquece de divulgar as consequências pelas quais esta revolução atinge patamares recordes de produção. Infelizmente, a visão do agronegócio não é abastecer o mercado interno, mas sim a lucratividade das exportações.

A fome no Brasil, é o resultado de uma exclusão tolerada por amplas parcelas da população, pois politicamente, a fome beneficia apenas aqueles que se apropriam do problema para benefício próprio, pois conforme o nosso próprio governante fala ““Passar fome no Brasil é uma grande mentira”.

Lamentavelmente, é triste concordar com as palavras do escritor Jessé Souza quando diz: “Na verdade, a ideia que se quer passar aqui por conhecimento válido é a de que existem “classes inteligentes” com consciência de seus interesses e por conta disso não são manipulados por ninguém; e as classes do povo, iletradas, um pessoal que não foi à universidade, e que são facilmente iludidas por um líder carismático e ardiloso”.

“QUEM TEM FOME TEM PRESSA”.

Marcos Pereira

 

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