Secos Caminhos
Secos Caminhos
“Tentei amar nas virginais alfombras;
Mais das flores, do amor e da beleza,
Eis tudo o que encontrei: ecos e sombras!”
Dario Barreto Galvão
As tardes perderam viço,
Murcharam todas as rosas
Tão lindas, férteis, cheirosas,
Quando a tristeza chegou.
Murcharam todas as árvores,
Apodreceram os frutos,
Não duraram dois minutos
Depois que o calor findou.
Era tudo tão formoso,
Tantas carícias suaves,
O doce canto das aves
Formavam bela harmonia!
Mas isso tudo acabou…
Há ventos impetuosos,
E tristes cantos chorosos
Das aves em agonia.
Caminho tão cabisbaixo
Por esses secos caminhos,
Notando que só espinhos
Restaram por toda flora.
Folhas secas são tapetes
Anunciando a chegada
Dos meus passos na morada
Da desolação de agora.
Ramos, galhos, troncos, folhas,
São emblemas da paisagem
Murchando com a passagem
Dos meus passos pelo chão…
Ecoam cantos chorosos,
Pelas matas tão despidas,
As vozes bem doloridas:
Os ais do meu coração!
Ezequiel Alcântara Soares
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