Luis Amorim

Ave pensativa

Ave pensativa

Ave pelo horizonte
O meu no discreto
Semblante que se conte
Do estado concreto
De sossego pensativo
Com desligados holofotes
Cinco no próximo aditivo
Mais diversos montes por lotes
Ou talvez junção num todo
Espelhado onde a calma
Vem no tranquilo modo
Para qualquer alma
Que possa na partilha
Sair de onda agitadora
Ou mesmo da tal ilha
Que lhe peça na hora
O vir até proximidade
Da presença observadora
Não de minha cidade
Mas de outrora voadora
Ave pensativa enquanto
Me fita na sua demora
Que me pertence no tanto
Não abdicando por ora
Do seu olhar imersivo
Com adicional sentido
No interagir expressivo
Que por nada contido
Lhe dou em amizade
Estendendo o recíproco
Cumprimento na qualidade
De pretendido foco
Que ilumine o trejeito
Calmo e sempre ordeiro
Da ave no seu jeito
Pensativo e conselheiro
Também a mim precisado
Antecipando conteúdo
Do que lhe vai idealizado
E acrescentando eu saúdo
Que ela se mantenha
No seu de vigia posto
Que dou troco em senha
Do meu lugar ao rosto
De calma ave por idêntico
Em que cada um de nós
Pensa e observa o dístico
Que não deixa a sós
Nossa bela cumplicidade
Mesmo que no fim
Não chegue mais entidade
A dizer que bem assim
Se aplaude tal reciprocidade
Pois que dois seres vivos
Observam-se na tal realidade
De serem também pensativos
Não dando minutos contados
A distintos solares que imagens
Fortalecem como pintados
Fundos artísticos paisagens
Igualmente atentas à passagem
Do tempo na melhor criativa
Arte decorrente na aragem
Também esta sendo pensativa.

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 105 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 311 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 105 de ficção, perfaz um total de 141 livros publicados.

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