16 horas de escritaLuis Amorim

Projeto 16 horas de escrita – A santa – Luis Amorim

A santa estava escolhida
E a candidata preferida
Para espalhar miraculosas
Acções maravilhosas
Teve vitória apertada
Sobre forte candidata
Como a tal adversária
Que quase a suplantava.
Era uma antiga corsária
Que disso se gabava
Mas o povo escolheu
Camponesa que não tremeu
Durante a votação
De tão longa extensão
Pela noite fora
Com acerto de hora
Pelo meio do concurso
Passando-se para o Verão
Sem direito a recurso
Da anterior estação
Pois o calor apertava
Apesar da nocturna gala
Com assistência de sala
Que tanto abanava
Leque que houvesse
Enquanto quem o tivesse
Perdido, só implorava
Por empréstimo que lhe desse
Ar fresco que pusesse
Seu ser mais refrescante
Para ir por diante
Na interessada conferência
De cerimónia para audiência
Previsivelmente numerosa
Pois ainda não haviam chegado
Os dados em registo editado
Como sondagem orgulhosa
De dar em primeira mão
Todo o espectador em consideração
Para a certa contabilização.
Mas eram muitos, certamente
E como eleitoral gente
Não perderam pitada
Da ementa apresentada
No final revelado
Com a vencedora ao lado
Do troféu correspondente
Estando bem contente
Com o triunfo pela metade
Pois a outra parte
Dependerá de sua arte
Em dar realidade
A situações tais
Como milagres ideais
Para glorificar de certeza
A jovem camponesa
De flores já coberta
Mas mantendo-se desperta
Desfrutando o momento
Com todo o povo atento
À santa eleita
Na perspectiva feita
De a ver fazer
Tanto milagre por entender
Como obra santificada
Em terra povoada
Por gente dedicada
Na sua condição
De enorme devoção.

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 106 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 312 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 106 de ficção, perfaz um total de 142 livros publicados.

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