Largo da Batalha: uma história trivial
Série: Histórias de Arariboia
Já faz lá algum tempo que qualquer coisa que se apresente como trivial serve para designar acontecimento sem muita relevância, algo de pouca utilidade, assunto não digno de atenção. Exato. Mas se engana quem acredita que sempre foi assim. A palavra trivialidade significou um dia situação de alguém que se vê na encruzilhada (tri + vias) de certa decisão histórica. Isso mesmo, incertezas, dúvidas, hesitações, tudo isso quando se depara com caminhos possíveis na vida. Batalha interna, luta consigo, o cidadão precisa optar: qual narrativa será verdade?
Sabe-se que a tripla via (ou três explicações triviais) sobre a história do Largo da Batalha merece uma escolha. Ou seja, o assunto sobre o motivo dessa localidade de Niterói se chamar assim oferece versões sobremaneira diferentes. Trata-se de decidir pela mais sensata explicação. Por que Largo da Batalha? Resposta 1) Referência ao lugar onde Arariboia reuniu seus guerreiros para combater os franceses inimigos dos lusitanos. Resposta 2) Ocorriam batalhas de lamas, urinas e outras porcarias nas épocas do carnaval de antigamente pelas redondezas. Resposta 3) Os ex-combatentes brasileiros teriam se servido do tal Largo para reunir o batalhão de amigos, em contagem de tropa, antes de seguirem para a missão na Guerra do Paraguai.
Assim explicado, Largo da Batalha é a via de acesso para as cercanias de Pendotiba. Lugar conhecidíssimo aos frequentadores das praias de Niterói e de quem precisa obrigatoriamente passar por lá. De acordo com o site da Secretaria de Cultura, há evidências de um canhão do exército brasileiro outrora encontrado ali pertinho, mas que foi retirado – e não se sabe bem por quê, nem por quem. Outra informação reforça a explicação das guerras de lama e farinha durante as folias no Largo da Batalha, onde se encontram três escolas de samba no mesmo bairro. O site afirma ainda existir “outra lenda de que a localidade era o ponto preferido do índio Arariboia para se refugiar dos embates contra os invasores da Baía de Guanabara”. Incrível como as narrativas se espalham pela região e provocam o imaginário local. Quem pode garantir?
Viu aí! Três histórias sobre o Largo da Batalha em Niterói. Uns chamarão de equívoco, outros de fake news ou trivialidade. Mas se tratam de explicações distintas, quando nem todas nos convêm. Que tal escolhermos uma delas para a nossa próxima crônica? Está aberta a votação.
Referências: